Japão e Austrália atualizaram um acordo para fortalecer os laços de segurança internacional em meio à crescente influência chinesa na região do Indo-Pacífico. O pacto foi renovado neste sábado (22), durante visita do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, a Perth, capital da Austrália Ocidental.
Segundo o premiê australiano, Anthony Albanese, o trato oferece cooperação em inteligência e logística e permite que militares japoneses realizem exercícios no norte do país junto à Força de Defesa Australiana.
O documento declara os países "parceiros naturais" diante de riscos crescentes a interesses comuns.
"Esta declaração histórica envia um forte sinal para a região em relação ao nosso alinhamento estratégico", disse Albanese. Kishida, por sua vez, afirmou que o pacto pretende alcançar um Indo-Pacífico livre e aberto sob "um ambiente estratégico cada vez mais severo".
Ambos fizeram referências a tensões na região sem citar diretamente a China.
A relação entre os dois países não é recente. O encontro em Perth renovou os termos propostos em uma declaração de cooperação militar firmada em 2007. Em 2014, Japão e Austrália elevaram seu relacionamento a uma "parceria estratégica especial", atualizada em janeiro deste ano para um acordo bilateral assinado por Kishida e o então primeiro-ministro australiano, Scott Morrison.
Além de segurança, a aliança estabeleceu cooperação em energia, mineração e sustentabilidade, com o compromisso de promover o compartilhamento de pesquisas, investimentos e acordos comerciais para o minério japonês e australiano, segundo o governo da Austrália em comunicado. O país é um importante fornecedor de minério de ferro, carvão e gás para o Japão. Além de exportar trigo e carne bovina.
Albanese e Kishida também discutiram a crise climática, expressando apoio aos objetivos de zerar as emissões líquidas de carbono e de aumentar o investimento em energia limpa. "Nossos países estão comprometidos com o zero líquido até 2050", disse Albanese a repórteres.
Austrália, Japão, EUA e Índia participam desde 2007 do Quad, o Diálogo de Segurança Quadrilateral. O grupo é considerado uma tentativa implícita de conter a expansão da influência chinesa.
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