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Boris Johnson interrompe férias e volta para Londres para tentar reviravolta

Candidatos buscam apoio para chegar à liderança do Partido Conservador em meio a crise após renúncia de Truss

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Londres | Reuters

O ex-premiê Boris Johnson voltou ao Reino Unido neste sábado (22) para o que especulam ser uma tentativa de retorno à liderança do Partido Conservador após a renúncia de Liz Truss.

A agora ex-primeira-ministra permaneceu no cargo por 44 dias e seguirá no posto até sua substituição, na próxima semana. Boris, que estava de férias no Caribe, não comentou publicamente a saída de Truss.

O ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson acena ao chegar ao aeroporto de Gatwick, próximo a Londres
O ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson acena ao chegar ao aeroporto de Gatwick, próximo a Londres - Henry Nicholls/Reuters

À noite, o ex-premiê se encontrou com Rishi Sunak, seu antigo ministro das Finanças e candidato mais cotado à vaga deixada por Truss, em uma reunião que segundo o jornal The Sunday Telegraph durou 11 horas. De acordo com o veículo, o objetivo da conversa era montar uma coalizão para evitar uma "guerra civil" no Partido Conservador.

Este é possivelmente o primeiro encontro os dois políticos em meses —a saída de Sunak do governo ajudou a precipitar uma série demissões que acabaram por forçar o então primeiro-ministro a deixar o cargo.

O próximo chefe do governo britânico enfrentará uma série de desafios após os planos econômicos de Truss fracassarem. Os custos de empréstimos do governo aumentaram, e os níveis de inflação foram os mais altos registrados em quatro décadas, pressionando famílias e empresas.

Segundo um repórter da rede Sky News, Boris foi vaiado por alguns passageiros durante o voo que chegou a Londres neste sábado. Sua gestão durou três anos e terminou devido a escândalos e alegações de má conduta, como a de que mentiu ao dizer que não houve festas na sede do governo durante o período de pandemia, quando reuniões de pessoas de diferentes casas em locais fechados estavam proibidas.

O ministro do Departamento de Comércio, James Duddridge, afirmou na sexta-feira (21) que Boris disse estar "pronto para isso", referindo-se a um novo mandato como primeiro-ministro. Ele acrescentou, neste sábado, que o ex-premiê teria garantido os cem apoios necessários na legenda para concorrer ao cargo.

No entanto, segundo uma contagem feita pela agência de notícias Reuters, ele teria cerca de 40 indicações. O ex-ministro das Finanças Rishi Sunak já ultrapassou a marca de cem indicações, de acordo com o mesmo levantamento.

A líder do governo no Parlamento, Penny Mordaunt, foi outra conservadora a anunciar sua candidatura. Entretanto, segundo a Reuters, ela teria apenas 22 indicações.

Candidatos à chefia do governo devem apresentar até segunda-feira (24) o apoio de ao menos cem dos 357 parlamentares conservadores, e o limite da disputa é de três candidaturas.

Serão duas votações: a primeira reduz a disputa para dois nomes e a segunda funciona como indicativo aos membros do partido de qual a opção preferida dos parlamentares.

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