Descrição de chapéu Folhajus

Ex-policial envolvido em caso George Floyd se declara culpado como cúmplice de assassinato

Kueng admite participação em crime contra homem negro que disparou onda de protestos contra racismo e violência policial

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Reuters

Um ex-policial de Minneapolis acusado de envolvimento no assassinato de George Floyd declarou-se culpado nesta segunda-feira (24), pouco antes do início de seu julgamento, segundo confirmou um porta-voz da corte estadual.

J. Alexander Kueng, ex-policial acusado de participar do assassinato de Goerge Floyd, nos EUA, posa para foto com trajes de detento - Divulgação Departamento Policial de Hennepin - 3.jun.20/Reuters

J. Alexander Kueng confessou a culpa e admitiu ser cúmplice do crime de homicídio —cerne da acusação que pesava contra ele. Kueng estava entre os três policiais que assistiram a Derek Chauvin, colega policial branco, matar Floyd, um homem negro, por sufocamento, ao pressionar por mais de nove minutos o joelho contra o pescoço da vítima.

Outros dois policiais também foram acusados de ter participado do crime. Thomas Lane, por ter ajudado a ação, e Tou Thao, responsável por afastar os transeuntes que assistiram ao homicídio naquele maio de 2020. Lane, Thao e Chauvin foram condenados em cortes federais em julho, acusados de privarem a vítima de seus direitos civis —ao negarem assistência médica—, e condenados com penas de dois anos e meio a três anos e meio.

Chauvin foi quem recebeu a sentença mais severa. Réu confesso, ele assumiu a culpa pelo homicídio em processos que tramitavam na Justiça federal e hoje cumpre pena de 21 anos no âmbito desse caso. Na esfera estadual, também foi condenado, a 22 anos e meio de prisão.

Ele havia sido detido em 2020, dias depois do crime, mas deixou a cadeia após pagar fiança de US$ 1 milhão (R$ 5,2 mi). Pouco depois, voltou à prisão para responder ao processo.

A sentença de 22 anos e meio se refere às três acusações pelas quais Chauvin foi condenado: homicídio em segundo grau, homicídio em terceiro grau e homicídio culposo em segundo grau.

Kueng, Chauvin e os dois outros policiais estavam tentando prender Floyd devido à suspeita de uso de uma nota falsificada de US$ 20 (R$ 115) para comprar cigarros, uma contravenção que os promotores disseram que poderia ter sido tratada com uma intimação para comparecer ao tribunal em vez de uma prisão.

Apesar de o Judiciário ter apontado apenas um homem pelo crime —os demais policiais envolvidos não foram acusados expressamente por homicídio—, o caso é simbólico para os EUA e para a luta racial no mundo todo.

O assassinato de Floyd, em 25 de maio, foi filmado por testemunhas. O conteúdo foi postado nas redes sociais e deu origem a uma onda de indignação que se transformou em protestos contra o racismo e a violência policial nos EUA, que se estendeu por mais de mil cidades americanas e vários países.

Em 2021, o presidente Joe Biden defendeu um projeto de lei, apelidado de Lei George Floyd, que passou na Câmara e ficou travado no Senado. A proposta reforça as punições para policiais em casos de má conduta, limita o uso da força pelos agentes e propõe a criação de uma base nacional de dados sobre a atuação dos policiais, para impedir que um agente demitido em uma cidade retome a função em outra.

Em janeiro, houve outra tentativa frustrada, quando o rascunho de uma ordem executiva com mudanças na forma de atuação dos policiais, restringindo o uso de tiros e invasões a residências e vetando o uso de bombas de efeito moral, vazou. Sob críticas de agentes e de ativistas de direita, que viram ali uma tentativa de reduzir o poder e os recursos da polícia, Biden abandonou a ideia.

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