Ataque a tiros em unidade do Walmart deixa 6 mortos nos EUA

Supermercado estava com movimento acima do normal devido a feriado de Ação de Graças; atirador se suicidou

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Washington | Reuters

Ao menos seis pessoas morreram baleadas em um supermercado da rede Walmart na noite desta terça-feira (22) em Chesapeake, no estado da Virgínia, nos EUA. O atirador se suicidou.

O ataque é registrado apenas três dias depois de outro episódio do tipo deixar cinco pessoas mortas e 25 feridas em uma boate gay no Colorado, na celebração do Dia da Lembrança Transgênero, que homenageia pessoas trans mortas em ataques violentos.

Agentes do FBI e das forças de segurança locais analisam cena de ataque a tiros em mercado Walmart em Chesapeake - Nathan Howard - 23.nov.22/Getty Images/AFP

O chefe do departamento de polícia de Chesapeake, Mark Solesky, afirmou que o atirador morreu após atirar em si mesmo antes mesmo da chegada dos agentes. Ele foi identificado como Andre Bing, 31, contratado da rede desde 2010 e gerente do período noturno da unidade.

O homem carregava uma pistola e cartuchos de munição, e policiais fizeram uma busca em sua casa atrás de pistas que possam ajudar a determinar a causa da ação. Colegas disseram à rede CNN que ele chegou a demonstrar comportamento estranho e ameaçador no passado, fazendo comentários paranoicos de que estava sendo monitorado.

Quatro pessoas estão internadas em hospitais da região —a polícia demorou a confirmar o número de feridos porque alegava estar procurando possíveis vítimas escondidas no local.

Segundo a rede ABC, o gerente teria atacado colegas em uma sala de descanso dos funcionários. "Eu me virei e vi meu gerente abrir a porta e começar a atirar. Ele não disse nada", relatou à emissora Briana Tyler, que trabalha no local. Um dos funcionários hospitalizados, atingido na orelha e nas costas, disse à mãe que Bing estava agindo de forma esquisita em uma reunião antes do ataque.

"Acabei de ver três colegas serem mortos. Andre os matou a sangue frio, eu não consigo tirar essa cena da cabeça", escreveu no Facebook Donya Prioleau.

A unidade estava com intenso movimento devido ao feriado de Ação de Graças, celebrado nesta quinta (24), e é uma das mais procuradas na região, já que também conta com farmácia, banco e padaria. Segundo a agência Reuters, havia cerca de 50 pessoas na loja.

Em comunicado nesta quarta (23), a direção do Walmart disse estar chocada com a violência e que vai colaborar com as autoridades. O prefeito da cidade de 250 mil habitantes, o republicano Rick West, disse que Chesapeake está desolada pelas cenas de violência e agradeceu ao trabalho das equipes de emergência. Ele não pôde comparecer à entrevista coletiva sobre o caso porque está com Covid-19.

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse em comunicado lamentar o ataque. "Devido a mais um ato de violência, há ainda mais mesas em todo o país que terão cadeiras vazias neste Dia de Ação de Graças; há mais famílias que conhecem o pior tipo de dor."

Ele lembrou que, em junho deste ano, sancionou uma lei que inclui maior checagem de antecedentes de compradores de armas e destina mais recursos federais para programas de saúde mental, como forma de combate à violência armada. "Mas isso não é suficiente, devemos tomar uma atitude maior."

A senadora democrata Louise Lucas, do estado da Virgínia, afirmou que está com o coração partido após mais um ataque a tiros. "Não descansarei até encontrarmos as soluções para acabar com a epidemia de violência armada que já tirou tantas vidas", disse no Twitter.

O FBI, a polícia federal americana, está envolvido na investigação do episódio para ajudar a polícia local a analisar a cena do crime. O atirador teria agido sozinho, de acordo com as informações iniciais.

Há pouco mais de uma semana, um ataque a tiros em um ônibus que retornava à Universidade de Virgínia após uma viagem de estudantes deixou ao menos três mortos. A polícia do campus identificou o suspeito pelo ataque como o aluno Christopher Darnell Jones, 22.

O ataque desta terça foi um de vários registrados nos últimos anos em mercados e lojas de varejo nos EUA. Em 2019, um atirador de 21 anos atirou em consumidores em um Walmart em El Paso, no estado do Texas, deixando 23 mortos e outros 26 feridos. E, em maio deste ano, um atirador adolescente em Buffalo abriu fogo em um supermercado Tops, matando dez pessoas e ferindo outras três.

O Gun Violence Archive, grupo de pesquisas que monitora a violência armada nos EUA com base em relatórios policiais, calcula que, desde o início do ano, ao menos 606 tiroteios em massa —quando ao menos quatro pessoas são mortas ou feridas— foram registrados. Destes, 20 envolveriam cinco ou mais mortes. Em 2021, o grupo contabilizou 692 eventos do tipo, com 28 envolvendo quatro ou mais mortes.

Com The New York Times

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