Biden volta a dizer que buscará reeleição e promete diálogo com republicanos após midterms

Para presidente, sem confirmação de 'onda vermelha', dia da votação nos EUA foi 'bom para a democracia'

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São Paulo

Ainda que decepcionante para os republicanos, o resultado das midterms, as eleições de meio de mandato nos EUA, ainda pode colocar entraves à segunda parte do mandato de Joe Biden.

Por isso, na noite desta quarta (9), em pronunciamento e entrevista coletiva na Casa Branca, o presidente celebrou o pleito como "um bom dia para a democracia", mas prometeu procurar as lideranças do Partido Republicano em busca de diálogo. O democrata disse que planeja fazer uma reunião com membros da oposição após o encontro do G20, em Bali, na semana que vem, para traçar políticas econômicas.

Ou seja, eventuais margens pequenas a serem superadas, provavelmente na Câmara e talvez no Senado, o obrigam a negociar com a oposição desde já, mas elas não parecem tão grandes a ponto de evitar que o democrata voltasse a repetir, com diversos poréns, que pretende disputar a reeleição em 2024.

O presidente dos EUA, Joe Biden, sorri durante entrevista coletiva na Casa Branca, em Washington
O presidente dos EUA, Joe Biden, sorri durante entrevista coletiva na Casa Branca, em Washington - Tom Brenner - 9.nov.22/Reuters

Ainda que tenha adotado um tom conciliador, Biden mencionou propostas caras aos democratas e disse que uma eventual colaboração da legenda adversária terá limites. "Não vou apoiar qualquer proposta republicana que agrave a inflação e não vou me afastar dos compromissos históricos que fizemos para enfrentar a crise climática", afirmou, listando como prioridade a manutenção de programas sociais.

O presidente disse ainda que não pode controlar investigações dos republicanos sobre sua gestão, uma promessa da oposição. Se os democratas perderem a maioria na Câmara, parlamentares do Partido Republicano poderão instalar comissões para apurar o que alegam ter sido uso político do Departamento de Justiça em processos contra Donald Trump, além da retirada das tropas americanas do Afeganistão.

Eles também poderão travar a pauta do governo na segunda parte do mandato em questões como o combate à crise do clima, a garantia do acesso ao aborto e o controle mais rigoroso do acesso a armas.

"Nossa democracia foi posta à prova nos últimos anos, mas, com seus votos, o povo americano provou outra vez que a democracia é o que somos", disse. "Demos os passos certos para o país e para o povo".

Embora a contagem de votos ainda não tenha sido finalizada, Biden destacou que os democratas perderam menos cadeiras na Câmara do que em qualquer outra primeira eleição de meio de mandato de presidentes do partido nos últimos 40 anos. O resultado parcial, contudo, não anula a baixa popularidade do presidente e as perspectivas econômicas ruins dos EUA. Nesta quarta, Biden disse que é hora de "olhar adiante" e mencionou desafios para os próximos meses, dizendo que "há muitas pessoas sofrendo".

"Estamos lidando com a inflação global como resultado da pandemia e da guerra de Putin na Ucrânia", disse ele, acrescentando que os EUA registraram nos últimos meses desempenho econômico superior ao de outras nações desenvolvidas. "Os eleitores foram claros ao expressar essa frustração. Eu entendi."

O democrata também enalteceu ações de seu governo, como a vacinação. A pandemia, disse ele, "não controla mais as nossas vidas". Ainda que tenha lamentado algumas derrotas nas midterms, Biden destacou sucessos e disse ter conversado com o democrata Maxwell Frost, 25, que se tornou o primeiro membro da geração Z, como são conhecidos os nascidos após 1996, a ganhar um assento no Congresso.

Ao reiterar a intenção de disputar a reeleição à Presidência, Biden disse que vai definir uma eventual candidatura apenas no começo do ano que vem e que a decisão será tomada em conjunto com a família.

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