Descrição de chapéu Coreia do Norte Rússia

Coreia do Sul aciona 80 aviões de guerra em resposta a voos militares do Norte

Segundo Seul, aeronaves norte-coreanas foram detectadas em áreas próximas à linha estratégica militar dos sul-coreanos

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Seul | Reuters

A Coreia do Sul acionou, nesta sexta-feira (4), dezenas de aviões de guerra depois de detectar uma mobilização de 180 voos militares da Coreia da Norte na região. Trata-se de mais um episódio da escalada das tensões militares entre os dois países vizinhos nas últimas semanas.

Segundo Seul, as aeronaves norte-coreanas foram detectadas em áreas próximas à linha de ação tática, demarcação virtual que os militares sul-coreanos designaram de 20 a 50 km da Zona Desmilitarizada. Tal limite foi criado para dar à Coreia do Sul tempo de reação a qualquer provocação do Norte.

Jatos da Coreia do Sul e dos EUA durante exercício militar em meio a tensão com Coreia do Norte - Ministério da Defesa da Coreia do Sul - 5.out.22/AFP

As manobras seguem ainda os disparos de mais de 80 rodadas de artilharia durante a noite de quinta (3) e o lançamento de vários mísseis, incluindo um possível míssil balístico intercontinental.

Em resposta, Seul enviou 80 aeronaves, incluindo caças furtivos F-35A, para a região. Simultaneamente, cerca de 240 jatos participavam dos exercícios militares com os EUA. As operações, aliás, são um dos motivos para o aumento das tensões com Pyongyang, que as encara como provocações.

Nesta sexta, o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte divulgou um comunicado dizendo que os Estados Unidos deveriam interromper seus exercícios aéreos "provocativos" e alertou que "a provocação contínua deve ser seguida de uma reação contínua".

As ações de ambos os lados formam um ciclo vicioso. Nesta semana, Washington anunciou a extensão de seus exercícios com Seul após as ações militares de Pyongyang na região –o novo prazo se encerra no sábado (5). "Continuamos em estreita coordenação com nosso aliado em quaisquer mudanças adicionais e no ambiente de segurança na Península Coreana", disse um porta-voz militar americano à Reuters.

Mais cedo, Pak Jong Chon, secretário do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte, disse que Washington e Seul tomaram uma decisão muito perigosa ao estender a realização dos exercícios e estavam empurrando a situação para fora de controle.

Ainda nesta sexta, as tensões na península chegaram ao Conselho de Segurança da ONU, em reunião convocada pelos americanos, que acusaram Rússia e China de fornecerem "proteção total" à Coreia do Norte no órgão, tentando, segundo eles, justificar os lançamentos de mísseis balísticos de Pyongyang.

Moscou e Pequim, por sua vez, acusaram Washington de inflamar as tensões com os exercícios militares com Seul. O embaixador da China na ONU, Zhang Jun, disse que, em vez de aumentar as tensões, os EUA devem criar condições para a retomada de um diálogo significativo com a Coreia do Norte.

A discussão terminou em uma declaração conjunta dos membros eleitos do Conselho de Segurança, sem incluir China e Rússia, condenando os lançamentos de mísseis da Coreia do Norte.

Paralelamente, os ministros das Relações Exteriores do G7 assinaram uma outra declaração, nesta sexta, segundo a qual qualquer teste nuclear ou outra ação imprudente da Coreia do Norte deve ser rebatida com uma resposta internacional rápida, unida e robusta. Reunidos em Washington na quinta-feira, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e o ministro da Defesa sul-coreano, Lee Jong-sup, prometeram buscar novas medidas para demonstrar a "determinação e as capacidades" da aliança.

As altas tensões na península coreana crescem com as preocupações de que o regime norte-coreano esteja prestes a retomar os testes de bombas nucleares pela primeira vez desde 2017. Os Estados Unidos afirmam que a China e a Rússia têm influência para persuadir a Coreia do Norte a não seguir com os exercícios. Em meio às recentes declarações, porém, o fim das apreensões parece muito distante.

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