O presidente da Argentina, Alberto Fernández, sofreu nesta terça-feira (15) uma crise de gastrite que o obrigou a se ausentar de parte da cúpula dos líderes do G20 na Indonésia. Comunicado da Casa Rosada informou que ele está bem de saúde depois de receber tratamento médico.
Fernández "sofreu um episódio de hipotensão e tonturas" que, após avaliação da equipe médica, revelou ser reflexo de uma "gastrite erosiva com sinais de sangramento", segundo a Presidência. "Ele recebeu o tratamento adequado, encontrando-se em boas condições de saúde e retomando suas atividades sob controle médico."
Em princípio, o líder poderá participar de uma reunião na tarde desta terça com o líder chinês, Xi Jinping, e de outro encontro bilateral na quarta-feira (16) com a diretora do FMI, Kristalina Georgieva.
A indisposição fez com que Fernández, único líder latino-americano presente em Bali, fosse substituído nas primeiras sessões de debate pelo chanceler Santiago Cafiero. Na primeira reunião, dedicada à segurança alimentar e energética, o ministro argentino instou os membros do bloco a "restaurar a paz e contribuir para a recuperação global".
Com a inflação na Argentina em 66% e a possibilidade de chegar a 100% até o final do ano, o ministro ressaltou que os efeitos da Guerra da Ucrânia são sentidos em todo o mundo e afirmou que o conflito custou ao país US$ 5 bilhões.
"No hemisfério Norte, os comerciantes da morte comercializam armas letais, mas no Sul a comida fica mais cara ou escassa, e o que acaba matando não são balas ou mísseis, mas pobreza e fome", disse o chanceler. "É imperativo unirmos forças para que as partes envolvidas voltem à mesa de negociações"
Cafiero destacou ainda o impacto especialmente negativo do conflito no Leste Europeu na América Latina, que já foi profundamente afetada pela pandemia e, segundo a Celac (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), registrou um retrocesso de 27 anos dos níveis de pobreza.
"A América Latina e o Caribe se tornaram a região do mundo que mais perdeu anos de expectativa de vida. Agora temos que enfrentar os efeitos da guerra", afirmou o chanceler. Embora a invasão da Ucrânia não estivesse oficialmente na agenda, o tema se tornou protagonista no início da cúpula, com múltiplos apelos para o fim da guerra.
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