Ao menos dez pessoas morreram e outras 58 ficaram feridas na cidade de Kherson, na Ucrânia, durante um ataque russo na manhã deste sábado (24), afirmou o presidente Volodimir Zelenski.
Fotos compartilhadas pelo líder no Telegram mostram carros em chamas e corpos de civis nas ruas da cidade, que foi tomada por tropas de Moscou no início do conflito e retomada por Kiev em novembro.
"Redes sociais provavelmente vão marcar as fotos como conteúdo sensível, mas este não é um conteúdo sensível: é apenas a vida real dos ucranianos", escreveu Zelenski, que nesta semana esteve nos EUA, em sua primeira viagem a outro país desde o início da guerra, em fevereiro.
"O país terrorista [referindo-se à Rússia] continua bombardeando a população civil. Estas não são instalações militares; esta não é uma guerra com regras. É terror, é matar para intimidar e por prazer."
O assessor presidencial Kirilo Timochenko, pouco depois, afirmou que ao menos 16 dos feridos estão em estado grave. Um oficial russo designado para Kherson acusou Kiev de orquestrar os ataques ao local para imputar a culpa a Moscou.
Correspondentes da agência de notícias AFP na cidade relataram que bombardeios atingiram o mercado central e ruas próximas. O local costuma ser muito movimentado, em especial aos fins de semana.
Kherson também foi alvo de vários bombardeios russos nas últimas semanas, em particular contra as instalações de energia elétrica. No início da tarde no horário local, relatou a AFP, ainda era possível ouvir bombardeios em outras partes da região.
Iuri Sobolevski, vice-presidente do conselho regional, disse que o ataque com um míssil ocorreu perto do local onde pessoas comercializavam itens como chips de celulares. "Havia civis, cada um vivendo sua própria vida, cuidando de seus negócios."
Já o governador da região, Iaroslav Ianuchevitch, compartilhou uma mensagem pedindo doações para o banco de sangue de Kherson.
Horas mais tarde, em uma mensagem na véspera de Natal, Zelenski disse que os ucranianos fizeram seu próprio milagre ao permanecerem inflexíveis a despeito dos ataques russos. Ele afirmou que a liberdade tinha um preço alto, mas que a escravidão custaria ainda mais.
"Sofremos no início da guerra —resistimos a ataques, ameaças, chantagem nuclear, terror, ataques com mísseis. Vamos resistir neste inverno porque sabemos pelo que estamos lutando", disse.
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