Descrição de chapéu clima

Com ciclone-bomba, EUA devem ter noite de Natal mais fria em décadas

Fenômeno afeta cerca de 250 milhões de americanos e canadenses, e 19 já morreram por acidentes ou hipotermia

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Atlanta | Reuters

A forte tempestade que atinge áreas dos Estados Unidos e do Canadá nos últimos dias, chamada por meteorologistas de um ciclone-bomba, deve fazer com que porções do território americano tenham a véspera de Natal mais fria em décadas.

Na capital, Washington, o Serviço Nacional de Meteorologia estima que será registrado o 24 de dezembro mais frio desde o ano de 1989. Já em porções da Pensilvânia, como Pittsburgh, os termômetros podem superar a marca de -13°C, estabelecida em 1983, disse o órgão.

Snow is kicked up by a snowblower in Minneapolis, Minn. on Friday, Dec. 23, 2022. A sprawling winter storm is moving into the eastern United States and Canada on Friday, knocking out electricity to more than a million customers and upending holiday travel. (Jenn Ackerman/The New York Times)
Homem tira neve perto de casa em Minneapolis - Jenn Ackerman - 23.dez.22/The New York Times

Cerca de 250 milhões de americanos e canadenses são afetados pelas temperaturas, e ao menos 19 mortes relacionadas ao ciclone-bomba foram registradas até sexta (23), segundo informações da rede BBC.

Marc Chenard, meteorologista da agência federal, explicou ao jornal The New York Times que esse se trata de um evento raro. "É algo que não se vê mais de uma ou duas vezes na vida, algo que você precisa ver para acreditar no impacto que esse tipo de fenômeno pode ter."

Tempestades se formam quando uma massa de ar de baixa pressão encontra com uma de alta pressão. O ar, então, flui da alta para a baixa, gerando os ventos. O que define o fenômeno do ciclone-bomba é a rapidez com que a pressão cai, o que aumenta a diferença entre as duas massas e torna os ventos muito mais fortes.

Segundo explicações do Serviço Nacional de Meteorologia, as condições para o atual ciclone-bomba foram criadas na região dos Grandes Lagos, na fronteira com o Canadá, onde o ar gelado do Ártico de encontra com massas quentes que vêm do Leste.

Várias rodovias interestaduais foram fechadas no oeste de Nova York, com proibições de viagens. As enchentes, que aumentaram com a tempestade, assolam comunidades costeiras. Com temperaturas abaixo de zero esperadas até a próxima terça (27), autoridades compartilham nas redes sociais instruções sobre como evitar e tratar queimaduras e hipotermia.

Na Ohio Turnpike, importante rodovia americana, duas pessoas morreram e vários ficaram feridas em um engarrafamento de 50 veículos durante uma nevasca que forçou a saída de motoristas para evitar que congelassem dentro de seus próprios carros.

No Kentucky, ao menos três mortes foram relatadas: duas em acidentes de carro e uma de uma pessoa em situação de rua por hipotermia.

As baixas temperaturas chegaram a deixar 1,8 milhão de americanos sem energia elétrica na manhã deste sábado, de acordo com o site especializado Power Outage. O problema foi parcialmente resolvido, mas cerca de 800 mil pessoas ainda seguiam no escuro durante a tarde.

Cerca de 2.700 voos haviam sido cancelados até a tarde de sábado devido às más condições do tempo, segundo o site FlightAware, e outros 6.200 haviam sido adiados, atrapalhando as viagens de Natal.

No Canadá, todas as províncias do país emitiram alertas meteorológicos de emergência ao longo do sábado, quando as temperaturas deixaram milhares sem energia. David Phillips, climatologista da agência meteorológica nacional, a Environment Canada, disse que foram 425 alertas ao todo.

"Houve milhares de quedas de energia", relatou. Segundo ele, o índice de resfriamento do vento, um cálculo que leva em consideração a velocidade do vento e a temperatura para projetar a sensação térmica, marcou -58°C. "Essas temperaturas congelam carne em minutos."

Com The New York Times

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