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Pedro Castillo é preso após ser acusado de tentativa de golpe

Presidente foi detido ao deixar palácio em Lima depois de ser destituído

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São Paulo

O presidente do Peru, Pedro Castillo, foi detido nesta quarta-feira (7) após ordenar a dissolução do Parlamento. A determinação é prerrogativa do chefe do Executivo mas é vista pela oposição e pela imprensa peruana como uma tentativa de golpe de Estado.

O presidente do Peru, Pedro Castillo, durante cerimônia na capital, Lima - Jhonel Rodriguez/Presidência da República - 6.dez.22/via AFP

Segundo o jornal La Republica, Castillo deixou o Palácio de Governo, em Lima, e, detido por agentes de sua escolta, foi conduzido por policiais até uma delegacia na capital peruana. O periódico aponta que o presidente pretendia ir à embaixada mexicana para solicitar asilo político –o ex-presidente da Bolívia Evo Morales, também de esquerda, fugiu para o país da América do Norte após renunciar em novembro de 2019.

O jornal El Comercio afirma que o presidente, a primeira-dama, Lilia Paredes, e outros membros da família foram vistos reunindo pertences e malas antes da detenção —indicação de que ele pretendia deixar a capital.

"Pedro Castillo decidiu dar um golpe. Nem mais nem menos. Consequentemente, tornou-se um ditador e, assim deve entrar para a história, em cujas páginas de infâmia hoje divide lugar com todos os bandidos que no passado tentaram subverter a ordem constitucional em nosso país", diz editorial do El Comercio publicado na tarde desta quarta.

O Congresso do Peru ignorou a ordem de Castillo para dissolver o Parlamento e aprovou a moção de vacância do político populista —a terceira movida contra o presidente, que vive uma crise com o Parlamento desde que assumiu o governo.

O presidente da Casa convocou a vice, Dina Boluarte, para assumir o governo já na tarde desta quarta. A moção de vacância, uma espécie de impeachment, foi aprovada com 101 votos a favor, 6 contra e 10 abstenções. Eram necessários 87 votos para a aprovação. A própria Boluarte se referiu à ação de Castillo como um "golpe de Estado que agrava a crise política e institucional".

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