Justiça da França condena radicais de extrema direita por planejar ataque contra Macron

Quatro membros do grupo Les Barjols foram declarados culpados por idealizar atentado contra presidente em 2018

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Paris | Reuters

A Justiça da França declarou quatro membros do grupo de extrema direita Les Barjols culpados de planejar um ato de terrorismo contra o presidente Emmanuel Macron em 2018.

Três deles receberam sentenças que vão de três a quatro anos na prisão, com possibilidade de suspensão da pena em um ou dois anos. O quarto, condenado por posse de arma, teve a pena suspensa.

O presidente francês, Emmanuel Macron, ao chegar ao hotel Bayerischer Hof para a Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha
O presidente francês, Emmanuel Macron, ao chegar ao hotel Bayerischer Hof para a Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha - Odd Andersen/AFP

A condenação mais dura —três anos em cárcere sem possibilidade de suspensão de pena— foi dada a Jean-Pierre Bouyer, 66, número 2 na liderança do Les Barjols. Foi ao detectar um plano dele para assassinar Macron que a inteligência francesa começou a investigar o grupo, em outubro de 2018.

De acordo com a Procuradoria, Bouyer pretendia realizar um ataque a faca contra o presidente em uma cerimônia no leste do país marcada para 11 de novembro de 2018, data do centenário do armistício da Primeira Guerra Mundial. Dias antes, em 6 de novembro, os investigadores o prenderam junto com outros três suspeitos e apreenderam armas e munições em um local no nordeste do país.

Ao longo dos meses seguintes, outros integrantes da organização foram detidos. Já o fundador do coletivo, Denis Collinet, só foi preso em março de 2020. Ele, que foi absolvido no julgamento desta sexta, é adepto da teoria racista da "grande substituição", segundo a qual caucasianos estão sendo substituídos por imigrantes no que em última instância resultaria em um "genocídio branco".

A Procuradoria francesa alegava que, em 2017 e 2018, os acusados participaram de reuniões em que se falou em "explodir" mesquitas e dar um golpe de Estado. Nenhum desses projetos, que incluíam ainda sequestro de deputados e assassinatos de imigrantes, foi levado a cabo.

Além de Collinet, outros oito acusados foram absolvidos —eram 13 no total, 11 homens e duas mulheres. Todos eram membros do grupo do Facebook "Les Barjols", uma alusão ao apelido dado aos soldados franceses enviados ao Mali para combater militantes islâmicos uma década atrás e retirados em 2022.

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