O FSB, serviço federal de segurança da Rússia, afirmou ter frustrado um ataque, que contaria com o apoio da Ucrânia, a um importante empresário russo nacionalista. O suposto alvo, Konstantin Malofeiev, é um ferrenho apoiador de Vladimir Putin no embate contra o país vizinho.
A agência de inteligência disse nesta segunda-feira (6) ter conseguido deter o plano, que envolveria a instalação de uma bomba caseira sob o carro usado pelo magnata e controlada remotamente.
O canal de TV russo Zvezda compartilhou um vídeo divulgado pelo FSB que parece mostrar um homem se aproximando de um veículo estacionado e, em seguida, colocando a mão embaixo do carro. Mais tarde, a emissora exibiu o registro de um robô removendo um objeto sob o veículo.
A agência Reuters não conseguiu verificar a veracidade das gravações.
Em comunicado, o FSB acusou os serviços de segurança da Ucrânia de estarem por trás da tentativa de assassinato. De acordo com o órgão, a ação foi organizada pelo ativista russo de extrema direita Denis Kapustin, baseado no país invadido pelas tropas de Putin.
O documento da agência afirma que um processo criminal foi aberto contra ele por supostos crimes terroristas e tráfico ilícito de explosivos. Kapustin, também conhecido como Denis Nikitin, é um ex-lutador de MMA.
Kapustin encaminhou um pedido de resposta feito pela Reuters a seus superiores do Corpo Voluntário Russo, unidade de defesa da Ucrânia formada por imigrantes russos de extrema direita. O grupo reivindicou a responsabilidade por uma incursão da última semana na região russa de Briansk, na qual Kapustin também estava envolvido. Seu comandante disse que não comentaria a acusação.
O FSB também afirmou ter frustrado uma tentativa de Kapustin de sabotar uma instalação de petróleo e gás na região russa de Volgogrado, no ano passado.
Malofeiev, alvo da suposta trama de assassinato, é dono de uma emissora de TV conservadora, que apoia enfaticamente os ataques da Rússia à Ucrânia. Em seu canal no Telegram, o empresário disse estar bem e que ninguém foi ferido no atentado. Afirmou ainda que o ataque não alteraria o que chamou de sua "posição patriótica". "Não tenho ódio pessoal nem mesmo daquelas pessoas que me querem morto."
"Mas como muitos de nossos santos disseram, é preciso perdoar os inimigos pessoais e esmagar os inimigos da pátria. Lutaremos contra vocês até a nossa vitória. E nada nos impedirá", disse.
O FSB afirmou que a conspiração contra Malofeiev usou os mesmos métodos empregados para assassinar Daria Dugina, filha de Aleksandr Dugin, um proeminente ideólogo nacionalista, em um ataque realizado com um carro-bomba fora de Moscou. Àquela altura, a Rússia culpou terroristas apoiados pela Ucrânia pelo ataque.
Kiev nega envolvimento no assassinato de Dugina.
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