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Manifestantes invadem Bolsa de Valores de Paris contra reforma da Previdência

Ferroviários ocuparam hall do edifício com sinalizadores vermelhos, bandeiras e cartazes contra lei promulgada por Macron

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Toulouse (França)

Algumas centenas de ferroviários invadiram o edifício da Euronext, a Bolsa de Valores de Paris, nesta quinta (20), em protesto contra a reforma da Previdência promulgada pelo presidente Emmanuel Macron.

Com bandeiras, cartazes, sinalizadores de fumaça, capacetes e coletes com o logotipo do sindicato da categoria, o SUD-rail, os manifestantes ingressaram no prédio, localizado no bairro de La Defense, na capital francesa, cantando em coro a melodia frequentemente presente nos protestos franceses contra a reforma: "Nós estamos aqui, nós estamos aqui, mesmo que Macron não queira, nós estamos aqui. Pela honra dos trabalhadores e para um mundo melhor, mesmo que Macron não queira, nós estamos aqui".

Sindicalistas e manifestantes invadem sede da Bolsa de Valores da França, em Paris, em ato contra a reforma da Previdência - Geoffroy Van der Hasselt - 20.abr.23/AFP

Os manifestantes colaram nas paredes do prédio cartazes com a frase "CAC 40 para pagar nossas aposentadorias", uma referência ao principal índice da bolsa de Paris. Sigla para "cotação assistida contínua", o índice reúne as 40 ações mais bem cotadas da bolsa.

"Escolhemos a Bolsa de Valores porque ela é o símbolo do CAC 40. Queremos que o CAC 40 pague nossas aposentadorias com seu dinheiro absurdo", disse Fabien Villedieu, sindicalista da Sud-Rail, à agência AFP.

Na semana passada, grevistas liderados por ferroviários invadiram de forma semelhante a sede do império do luxo LVMH, holding detentora de marcas como Louis Vuitton, e, na semana anterior, um prédio de Paris que abriga empresas financeiras, incluindo o maior gestor de ativos do mundo, a BlackRock.

A ação desta quinta durou alguns minutos e havia sido decidida em uma assembleia de trabalhadores ferroviários, que a anunciaram como uma "ação surpresa".

Os sindicalistas ferroviários se descolaram da agenda oficial de greves da junta intersindical que lidera os protestos desde janeiro e que agendou a próxima jornada de manifestação nacional para o Dia do Trabalho, 1º de maio.

Macron está em turnê pelo interior do país na tentativa de virar a página da questão previdenciária, mas tem sido recebido por vaias e panelaços nos seus dois primeiros dias deste giro, durante os quais passou pelas regiões da Alsácia e do Languedoc.

Na última sexta-feira (14), depois de 30 dias de análise, o Conselho Constitucional da França aprovou parcialmente a impopular reforma da Previdência do governo Macron, validando seu ponto-chave: a aposentadoria aos 64 anos.

O texto, promulgado em seguida, eleva a idade mínima para aposentadoria de 62 para 64 anos até 2030 e prolonga os anos de contribuição para acesso à pensão integral de 42 para 43 anos, já a partir de 2027.

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