Descrição de chapéu Guerra da Ucrânia Rússia

EUA acusam Irã de ajudar Rússia a construir fábrica de drones para atacar Ucrânia

Casa Branca mostra preocupação e alega que Moscou ofereceu cooperação de defesa sem precedentes com Teerã

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Washington | Reuters

Os EUA acusaram a Rússia de ter aprofundado a cooperação bélica com o Irã para atacar a Ucrânia. Em comunicado divulgado nesta sexta (9), o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, disse que Moscou recebeu centenas de veículos aéreos não tripulados (UAVs) iranianos, ou seja, drones, para utilizar na guerra.

Teerã, ainda segundo os EUA, também estaria ajudando Moscou a construir uma fábrica desse tipo de armamento na região russa de Alabuga, a 1.000 km de Moscou, que poderia estar em operação no início de 2024. Para calcar a acusação, a Casa Branca divulgou imagens de satélite do que seria a instalação.

Até então, essa é a única evidência apresentada pelos EUA, sem confirmação por nenhuma das partes. As missões iraniana e russa na ONU não responderam a um pedido de comentário sobre as acusações.

Imagem de satélite mostra a zona de Alabuga, na Rússia, onde seria construída uma fábrica de drones com  materiais do Irã
Imagem de satélite mostra a zona de Alabuga, na Rússia, onde seria construída uma fábrica de drones com materiais do Irã - Maxar Technologies - 4.abr.23/AFP

Kirby disse ainda que o apoio entre os dois países está "fluindo nos dois sentidos". Como resposta, o Irã estaria recebendo bilhões de dólares em equipamentos militares, o que inclui helicópteros e radares.

Reino Unido, França, Alemanha, EUA e Ucrânia afirmam que o fornecimento de drones de fabricação iraniana para Moscou viola uma resolução do Conselho de Segurança da ONU de 2015 que consagra o acordo nuclear com Teerã. Em razão disso, os EUA irão tentar responsabilizar Rússia e Irã no órgão.

Os EUA já haviam imposto sanções a executivos iranianos devido ao fornecimento de drones à Rússia. Teerã admitiu o envio dos armamentos, mas disse que eles foram cedidos antes do início da guerra.

Além do Irã, os EUA já acusaram China e África do Sul de enviar armamentos à Rússia, algo negado pelos governos de ambos os países. Em maio, Reuben Brigety, embaixador americano na nação africana, disse que um navio russo partiu carregado de armas e munições da base naval de Simon's Town, perto da Cidade do Cabo, em dezembro, o que colocaria em xeque a neutralidade sul-africana na guerra.

Nesta sexta-feira, a Ucrânia intensificou sua contraofensiva contra posições ocupadas pelos russos desde a invasão iniciada por Vladimir Putin, empregando principalmente os novos tanques e blindados que recebeu da Otan, a aliança militar ocidental liderada pelos Estados Unidos, para a ação.

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, forças ucranianas concentram seus ataques no centro da frente de 1.000 km de batalha, em Zaporíjia, no sul. Houve também combates intensos mais a leste.

Também nesta sexta, Putin confirmou a data de entrada em operação de armas nucleares russas em Belarus, a ditadura vizinha e aliada do Kremlin —as ogivas estarão operacionais em 7 ou 8 de julho.

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