Fumaça de incêndios florestais do Canadá cruza oceano e é detectada na Noruega

Antes, partículas já tinham chegado à Groenlândia e à Islândia; névoa deve continuar avançando pela Europa

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São Paulo

Após se alastrar pelo leste dos EUA, a fumaça de incêndios florestais no Canadá cruzou o Atlântico e chegou à Noruega, informou o Instituto Norueguês de Pesquisa Climática e Ambiental nesta sexta (9).

Partículas da fumaça foram detectadas, ainda que em concentração baixa, na estação de Birkenes, no sul do país, segundo Nikolaos Evangeliou, pesquisador do instituto, à agência de notícias AFP. "Mas não vemos um problema ambiental [na Noruega] ou um sério risco à saúde", afirmou o cientista, acrescentando que os números no território variam de acordo com as chuvas e a orientação dos ventos.

Incêndio florestal na Colúmbia Britânica, no Canadá
Incêndio florestal na Colúmbia Britânica, no Canadá - 8.jun.23/BC Wildlife Service via Reuters

Antes da Noruega, a fumaça já havia chegado à Groenlândia e à Islândia, segundo o jornal The New York Times. As projeções indicam que uma névoa fraca continuará avançando pela Europa nos próximos dias.

No Canadá, as autoridades consideram que o número de hectares queimados nesta época do ano é excepcional. O país já registrou mais de 2.300 focos de incêndios, que atingiram 3,8 milhões de hectares, números bem acima da média das últimas décadas. Os incêndios se espalham nesta sexta-feira na província da Colúmbia Britânica, no oeste canadense, enquanto centenas de focos persistem do outro lado do país, em Québec, cuja fumaça estacionou sobre cidades americanas.

Na véspera, cerca de 2.500 pessoas tiveram de ser retiradas de suas casas na comunidade de Tumbler Ridge, no nordeste da Colúmbia Britânica. As autoridades agora trabalham para esvaziar áreas na província vizinha Alberta. "Pedimos aos albertanos que continuem diligentes, pois as condições de calor e seca são esperadas para o fim de semana", escreveram autoridades em boletim divulgado à população.

As temperaturas em partes da Colúmbia Britânica superaram os 30º C, quase 10º C acima da média sazonal. Embora chuvas sejam esperadas nos próximos dias, a incidência de raios pode gerar mais incêndios. A fumaça continua provocando preocupações sobre a saúde de milhares de pessoas no Canadá e no leste dos EUA, embora os bombeiros tenham relatado progressos na contenção de algumas das chamas em Québec. Espera-se que a má qualidade do ar persista em cidades como Ottawa, Toronto, Nova York e Washington pelo menos até domingo (11), quando a direção do vento pode mudar.

Na quarta (7), a qualidade do ar de Nova York chegou a ser classificada como a pior de qualquer grande área urbana do mundo, de acordo com o IQAir World Quality Index, superando Nova Délhi, na Índia.

O Canadá enfrenta o pior início da temporada de incêndios florestais. Quase um terço dos 427 focos atuais estão em Québec. Segundo o premiê da província, François Legault, a situação na região permanece crítica, mas está estabilizando. Chuvas são esperadas para segunda-feira (12) e, até lá, aproximadamente 13,5 mil pessoas estão impedidas de voltar para suas casas.

Embora os incêndios florestais sejam comuns no Canadá, é incomum que ocorram ao mesmo tempo no leste e no oeste do país, esgotando recursos de combate às chamas. Para tentar conter a crise, bombeiros de países como África do Sul, Austrália, EUA e Nova Zelândia foram enviados ao território canadense.

Na quinta (8), o presidente dos EUA, Joe Biden, disse ter ordenado às agências de emergência que respondam com agilidade aos pedidos de ajuda feitos pelo país vizinho para combater as chamas.

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