Descrição de chapéu Guerra da Ucrânia Rússia

Dois drones se chocam contra prédios em Moscou, em nova onda de ataques

Episódio é o mais recente de uma série de incursões creditadas à Ucrânia utilizando esses artefatos, incluindo contra o Kremlin

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Moscou | AFP e Reuters

A Defesa da Rússia afirmou neste domingo (30) ter derrubado três drones da Ucrânia que tentavam atacar Moscou. Não houve registro de feridos, mas dois prédios nos arredores do distrito empresarial de Moskva-Citi tiveram suas fachadas danificadas, disse o prefeito da capital russa, Serguei Sobianin.

Um dos prédios abrigava três ministérios, além de residências, segundo veículos de mídia locais. Placas de vidro que recobriam as construções foram estilhaçadas, e escombros foram vistos na calçada após dois drones se chocarem contra os edifícios. A área é conhecida por seus modernos arranha-céus.

Um prédio é visto com sua fachada de vidro danificada, com placas faltando, em Moscou
A fachada danificada de um dos prédios em Moscou - Stringer/Reuters

Ainda que a ofensiva não tenha provocado danos graves, a presença de drones na capital causa desconforto ao governo russo. O episódio deste domingo é o mais recente de uma série de ataques utilizando esse tipo de artefato, incluindo contra o Kremlin e cidades perto da fronteira ucraniana.

Sem comentar diretamente a autoria dos ataques, o líder da Ucrânia, Volodimir Zelenski, afirmou durante visita a territórios no oeste do país, neste domingo, que o conflito estava chegando à Rússia. "A guerra está voltando ao território russo, aos seus centros simbólicos e bases militares, um processo inevitável."

Outra tentativa similar, também em Moscou, aconteceu na última segunda (24) –um dos dois drones usados foi derrubado perto da sede do Ministério da Defesa. Após esse ataque, o vice-premiê ucraniano, Mikhailo Fedorov, disse que haveria outras ações do tipo, e a Rússia prometeu uma resposta dura a Kiev.

Os voos no aeroporto Vnukovo, um dos três internacionais de Moscou, foram suspensos temporariamente devido ao incidente, de acordo com a agência estatal de notícias russa Tass. No início de julho, ataques de drones interromperam o tráfego aéreo no mesmo aeroporto.

Além dos dois drones derrubados em Moskva-Citi, outro equipamento do tipo foi abatido na área de Odintsovo, na região da capital. A Rússia afirmou ainda ter interceptado outra ofensiva atribuída à Ucrânia durante a madrugada deste domingo na península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. Na ação, realizada com 25 drones, ninguém ficou ferido e não houve danos, ainda de acordo com a Defesa.

Placas de vidro trincadas em prédio depois de ataque de drones a Moscou
Placas de vidro trincadas em prédio depois de ataque de drones a Moscou - Cao Yang/Xinhua

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que os ataques ucranianos não seriam possíveis sem a ajuda fornecida pelos Estados Unidos e seus aliados da Otan, a aliança militar ocidental. Já o Ministério da Defesa minimizou a ofensiva. "Uma tentativa de ataque terrorista do regime de Kiev usando veículos aéreos não tripulados contra alvos na cidade de Moscou foi frustrada", disse a pasta.

Kiev iniciou uma contraofensiva no início de junho com o objetivo de recuperar os territórios tomados por Moscou. O principal objetivo dos ucranianos é romper a ponte terrestre estabelecida pela Rússia entre seu território, as áreas russas étnicas do Donbass, no leste, e a península da Crimeia.

Nos últimos dias, a contraofensiva ucraniana entrou em uma nova fase, com a intensificação de ataques na região sul –antes, as forças de Kiev se limitavam a sondar as linhas inimigas em busca de pontos fracos. Até aqui, porém, os ganhos dos ucranianos foram tímidos.

A Rússia tem reagido com mais bombardeios. Duas pessoas morreram e 20 ficaram feridas em um ataque atribuído a Moscou contra uma instituição de ensino superior no sábado (29), em Sumi, no norte. Horas antes, um homem e uma mulher morreram numa outra ofensiva em Zaporijía, no sul.

O líder russo, Vladimir Putin, que descreveu a nova etapa da contraofensiva ucraniana como um "aumento das hostilidades", acompanhou neste domingo um desfile de navios de guerra e submarinos nucleares em sua cidade natal, São Petersburgo, e prometeu à Marinha russa 30 novas embarcações ainda neste ano.

Quarenta e cinco navios e submarinos participaram do Dia da Marinha, demonstração que acontece anualmente. Cerca de 3.000 membros da corporação também participaram de um desfile em terra.

Quatro chefes de Estado africanos participaram do evento, e cinco outros países do continente enviaram representantes, de acordo com o Kremlin. Eles foram convidados após a realização de uma cúpula com a presença de líderes de países da África que se encerrou em São Petersburgo na sexta (28).

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