Leslie Van Houten, seguidora de Charles Manson, deixa cadeia depois de 53 anos

Condenada a prisão perpétua, americana hoje com 73 anos passará para o regime de liberdade condicional

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Califórnia | Reuters

Leslie Van Houten, 73, se tornou nesta terça-feira (11) o primeiro membro do bando de Charles Manson, um dos criminosos mais notórios do século 20, a deixar a prisão. Após 53 anos na cadeia, ela passará para o regime de liberdade condicional —Van Houten havia sido condenada a prisão perpétua.

Manson foi o responsável por formar uma seita que protagonizou uma matança em Los Angeles, nos EUA, em 1969. À época, ele usou seu carisma para instruir seus seguidores, em sua maioria jovens —como Van Houten—, a assassinar sete pessoas, no que promotores disseram ser um plano para incitar uma guerra racial.

Van Houten tinha 19 anos quando as mortes foram cometidas, tornando-se a mais jovem entre aqueles que formavam o grupo de Manson. Ela foi condenada devido à morte de duas pessoas.

Leslie Van Houten, à dir., durante depoimento no California Institution for Women, nos Estados Unidos
Leslie Van Houten, à dir., durante depoimento no California Institution for Women, nos Estados Unidos - Damian Dovarganes - 28.jun.02/Pool/AFP

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, anunciou na última sexta-feira (7) que desistiria de tentar barrar a concessão da liberdade condicional a ela. "O governador está desapontado com a decisão do Tribunal de Apelação, mas não vai prosseguir com nenhuma ação, já que é improvável que os esforços sejam bem-sucedidos", disse Erin Mellon, diretora de comunicações do político democrata.

Em maio passado, um tribunal de apelações do estado rejeitou pedido de Newsom e decidiu que ela tinha direito à liberdade condicional —o governador poderia apelar à Suprema Corte da Califórnia. Para a advogada de Van Houten, Nancy Tetreault, "não há evidência de que ela é perigosa". "Ela é uma mulher idosa e doce."

O conselho de liberdade condicional recomendou sua libertação antecipada cinco vezes desde 2016, mas ela foi negada três vezes por Newsom e outras duas pelo antecessor, o também democrata Jerry Brown.

Van Houten foi condenada por esfaquear o dono da mercearia Leno LaBianca e sua esposa, Rosemary, em 10 de agosto de 1969. As palavras "morte aos porcos" e "healter skelter" —uma referência incorreta a uma canção dos Beatles— foram achadas rabiscadas com o sangue das vítimas em paredes e na geladeira.

Já Manson chegou a ser condenado à morte em 1969, mas foi poupado após a Suprema Corte da Califórnia declarar inconstitucional a pena capital, em 1976. Ele morreu na prisão em 2017, aos 83.

Manson instruiu seus seguidores a assassinar sete pessoas, incluindo a atriz Sharon Tate. Na noite anterior aos massacres, membros da seita invadiram a casa na encosta de uma colina em Los Angeles que a atriz dividia com seu marido, o cineasta Roman Polanski, que estava na Europa na época.

Tate, que tinha 26 anos e estava grávida de oito meses, foi morta com quatro amigos do casal. Linda Kasabian, outra seguidora de Manson e posteriormente testemunha de acusação no julgamento da seita, em 1970, morreu aos 73 anos, em março. A causa da morte não foi divulgada. Aos 20, ela atuou como vigia enquanto a Tate era assassinada a facadas.

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