Brasil chama morte de candidato à Presidência do Equador de 'ato deplorável'

Itamaraty divulga nota em que lamenta assassinato a tiros de Fernando Villavicencio; Pacheco expressa repúdio

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou na noite desta quarta-feira (9) o assassinato a tiros do candidato à Presidência do Equador Fernando Villavicencio.

Em nota, o Itamaraty manifestou "profunda consternação" diante da notícia da morte e classificou o ato de deplorável. "O governo brasileiro tomou conhecimento, com profunda consternação, do assassinato. Com a confiança de que os responsáveis por esse deplorável ato serão identificados e levados à Justiça, o Brasil transmite suas sentidas condolências à família do candidato e ao governo e ao povo equatorianos."

Fernando Villavicencio, candidato à Presidência do Equador, discursa em ato de campanha em Quito antes de ser morto
Fernando Villavicencio, candidato à Presidência do Equador, discursa em ato de campanha em Quito antes de ser morto - Karen Toro - 9.ago.23/Reuters

Na noite desta quarta, Villavicencio foi assassinado com três tiros na cabeça após participar de evento de campanha em Quito. Ele se reunia com simpatizantes de uma escola na capital quando foi atacado.

Na madrugada desta quinta (10), o presidente equatoriano, Guillermo Lasso, decretou estado de exceção no país. A medida, segundo o governo, visa a garantir a segurança das eleições gerais, em 20 de agosto.

"As Forças Armadas, a partir deste momento, mobilizam-se em todo o território nacional para garantir a segurança dos cidadãos, a tranquilidade do país e as eleições livres e democráticas em 20 de agosto", afirmou Lasso em discurso transmitido no YouTube. O presidente também declarou três dias de luto nacional "para honrar a memória de Villavicencio", descrito pelo presidente como um "patriota".

Para o presidente do Senado brasileiro, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), este é um "momento trágico e sensível". Ele também expressou repúdio "a esse brutal atentado e a toda forma de violência".

"Um episódio lastimável de violência política [...] exige de nós parlamentares brasileiros reflexão sobre os rumos que a nossa própria política poderá seguir nos anos vindouros", afirmou. Segundo ele, o "combate de ideias não pode e não deve jamais extrapolar o campo político, o campo das ideias". "Política não pode se confundir com guerra; é o campo de resolução de conflitos de forma civilizada, democrática e pacífica."

Villavicencio, um político progressista e um dos grandes opositores do ex-presidente Rafael Correa, hoje autoexilado na Bélgica, ficou conhecido por denunciar casos de corrupção enquanto era jornalista investigativo e deputado. Segundo pesquisa recente do instituto Cedatos, ele estava em segundo lugar na corrida eleitoral, com 13,2%, atrás de Luisa González (26,6%), a única mulher na disputa e aliada de Correa.

Outros institutos, porém, têm números bem diferentes dos divulgados pelo Cedatos.

Estudo da agência ClickReport em 5 e 6 de agosto indicava Villacencio em quinto lugar, concentrando 7,5% das preferências dos eleitores. Gonzáles ainda manteria a dianteira, com 29,3% das intenções de voto, seguida por Yaku Pérez, com 14,4%, e Otto Sonnenholzner, com 12,7%. Em quarto lugar, com 9,6%, aparecia Jan Topic. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.