Trump ataca juíza responsável por julgá-lo em tentativa de reverter vitória de Biden

Ex-presidente acusa magistrada de não conduzir julgamento justo; republicano é alvo de escrutínio em redes sociais

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Washington | Reuters

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump criticou neste domingo (6) a juíza federal designada para o processo no qual ele é acusado de tentar reverter o resultado da eleição presidencial de 2020.

Trump, em uma postagem de rede social disse que "não há como ter um julgamento justo com a juíza 'designada'", acrescentando que planeja buscar a remoção da juíza distrital Tanya Chutkan do caso, bem como uma mudança de foro para fora de Washington.

O ex-presidente Donald Trump discursa durante participação em jantar beneficente do partido Republicano, na Carolina do Sul
O ex-presidente Donald Trump discursa durante participação em jantar beneficente do partido Republicano, na Carolina do Sul - Sam Wolfe - 05.ago.2023/REUTERS

Nenhum pedido formal foi apresentado ao tribunal até a tarde deste domingo. O Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito de Columbia não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Trump, o favorito para a indicação republicana às eleições presidenciais de 2024, foi indiciado na semana passada pela terceira vez. Ele se declarou inocente das acusações federais de conspiração para fraude ao impedir o Congresso de certificar a vitória do democrata Joe Biden, privando os eleitores americanos de seu direito a uma eleição justa.

O advogado de Trump, John Lauro, disse à Fox News que as ações do ex-presidente após sua derrota nas eleições de 2020 eram pedidos e questionamentos, não ordens diretas. "Questionar as legislaturas estaduais, questionar os governadores dos estados, pedir que as autoridades eleitorais estaduais façam a coisa certa. Na verdade, até mesmo questionar o vice-presidente [Mike] Pence é algo protegido pela liberdade de expressão."

Em resposta, Pence, que também busca a candidatura republicana de 2024, disse à CNN neste domingo: "Trump estava errado na época e está errado agora. Eu não tinha direito algum de anular o resultado da eleição." Como vice-presidente, Pence liderava o Senado em 6 de janeiro de 2021, quando o Congresso conduzia a cerimônia de formalização da vitória de Biden até ser interrompido pela turba trumpista.

Tática de intimidação

Na sexta-feira (4), a procuradoria dos EUA entrou com uma ação judicial argumentando que uma postagem de Trump poderia intimidar testemunhas. "Se você vier atrás de mim, eu vou atrás de você", escreveu Trump em sua plataforma Truth Social, em tom de ameaça.

Além disso, os procuradores pediram à Justiça que proíba Trump de compartilhar provas com pessoas não autorizadas. Durante uma das fases do processo judicial, os réus recebem documentos confidenciais como transcrições de júris para que possam preparar sua defesa. O temor dos promotores é de que Trump use suas redes sociais para compartilhar esse tipo de informação e, de alguma forma, obstruir o processo.

Na ação, o conselheiro especial do Departamento de Justiça Jack Smith usou como exemplo a postagem de Trump na Truth Social para indicar que o ex-presidente pode divulgar informações sigilosas.

"Isso poderia ter um efeito de censura sobre as testemunhas ou afetar o processo judicial justo", disseram os procuradores, indicando que Trump tem um histórico de atacar juízes, advogados e testemunhas.

Não é a primeira vez que Trump é advertido ou sofre sanções por suas publicações em redes sociais. Após o ataque ao Capitólio, Trump foi suspenso do Twitter, do Facebook e do YouTube, acusado de incitar seus apoiadores à violência com publicações incendiárias.

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