Descrição de chapéu Governo Biden

EUA admitem Israel em programa de isenção de vistos

Medida permite que cidadãos israelenses possam entrar em território americano sem necessidade do documento

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São Paulo

O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (27) que está admitindo Israel em um programa que permitirá a entrada, sem visto, de cidadãos israelenses em território americano a partir de 30 de novembro. O secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, disse que o anúncio fortalece ainda mais os laços na segurança, na economia e nas relações interpessoais entre os dois aliados históricos.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, elogiou a decisão como um "momento significativo e alegre para todos os cidadãos israelenses". A admissão ao Programa de Isenção de Visto dos EUA representa uma vitória para Netanyahu, ainda mais nesse momento em que as relações entre seu governo ultradireitista e Washington estão tensas devido ao plano de reforma judicial e às suas políticas em relação aos palestinos.

Bandeiras de Israel e dos Estados Unidos no Aeroporto Internacional Ben Gurion, Israel - Amir Cohen - 12.jul.22/Reuters

Os palestino-americanos que vivem na Cisjordânia ou nos EUA também agora poderão entrar em Israel sem visto e voar para dentro e fora do aeroporto de Ben Gurion, reduzindo as barreiras de viagem de acordo com comunicado conjunto dos Departamentos de Estado e de Segurança Interna dos EUA.

Do lado palestino, houve críticas contra a entrada de Israel no programa, afirmando que o país há décadas discrimina os árabes e os assedia em suas fronteiras.

Quatro senadores democratas disseram também nesta quarta-feira que Israel não cumpre os requisitos porque não trata todos os viajantes americanos da mesma forma. Para serem admitidos no programa que permite aos visitantes permanecerem até 90 dias sem visto nos EUA, os países candidatos devem atender a exigências como o tratamento igualitário, combate ao terrorismo, aplicação da lei, controle de imigração e gestão de fronteiras,

O Ministério das Relações Exteriores palestino instou Washington a garantir tratamento igual para os palestinos. "Em um momento em que a administração americana repetidamente afirmou que seu objetivo é fornecer as mesmas oportunidades de liberdade, igualdade, prosperidade e segurança tanto para palestinos quanto para israelenses, esperamos que esta administração trabalhe para implementar o que diz", disse a pasta em comunicado.

Em um período de teste desde 20 de julho, Israel facilitou o acesso de palestino-americanos por suas fronteiras e pela Cisjordânia ocupada. De acordo com o Ministério do Interior israelense, mais de 130 mil americanos entraram em Israel desde o início do projeto piloto, incluindo 6.070 palestino-americanos.

Entre 45 mil e 60 mil palestino-americanos vivem na Cisjordânia, estimou um funcionário dos EUA. Já um funcionário israelense indicou um número menor, entre 15 mil e 20 mil.

Anteriormente, havia 40 países no programa de isenção de visto, com nações adicionadas aos poucos. A Croácia foi a mais recente, em 2021.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que o anúncio "aumentará a liberdade de movimento para os cidadãos americanos, incluindo aqueles que vivem nos Territórios Palestinos ou viajam para eles".

O gesto de reaproximação acontece uma semana depois do encontro entre Netanyahu e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, às margens da Assembleia-Geral da ONU. A reunião dos dois era esperada há muito tempo, mas estava atrasada em razão da reforma judicial promovida pela coalizão que levou o premiê israelense ao poder.

Membros da sociedade civil e empresários da tecnologia de Israel, assim como a comunidade judaica dos EUA e o próprio Biden se opõem ao pacote de mudanças legislativas mais à direita da história do país. O objetivo da reforma é diminuir a autonomia do Judiciário, em uma ação que, para muitos, ameaça extinguir o equilíbrio entre os Três Poderes e, portanto, com o Estado de Direito na nação.

com Reuters

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