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Centenas dormem na rua em Nova York em protesto contra falta de moradia

Ação de ONG leva voluntários para passarem noite gelada de novembro na Times Square

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São Paulo

Cerca de 400 pessoas improvisaram uma cama e dormiram durante uma fria noite de novembro na Times Square, em Nova York, para chamar a atenção para a situação dos sem-teto na cidade.

A ação, que aconteceu no último dia 16, é uma iniciativa da Covenant House, uma ONG que oferece leitos para jovens de 16 a 21 anos que de outra forma estariam dormindo na rua. A ONG já realizou este protesto em outros anos, também ocupando a Times Square, centro turístico de Manhattan.

Ativistas dormem em Times Square, em protesto contra falta de moradia em Nova York - Kena Betancur - 16.nov.23/AFP

De acordo com a diretora da Covenant House, Shakeem North, em entrevista ao jornal O Globo, a ideia é "ajudar a entender que esse é um grande problema, sobre o qual precisamos colocar mais foco".

Segundo ela, mais de 4 milhões de jovens nos Estados Unidos já viveram alguma situação de falta de moradia. Sua instituição atende mais de 1.500 jovens por ano.

De acordo com o Departamento de Serviços para Desabrigados e Administração de Recursos Humanos de Nova York, em setembro de 2022 havia mais de 60 mil pessoas morando nas ruas ou dormindo no metrô nos meses de inverno na cidade, entre dezembro e março. Este número era de menos de 5.000 em 1983.

As principais razões para a falta de moradia são os altos preços dos alugueis na cidade e a superlotação de abrigos, que passaram a ser utilizados para atender os imigrantes que chegam à cidade, enviados de ônibus por estados do sul dos Estados Unidos.

Em abril de 2022, por exemplo, o governador republicano Greg Abbott, do Texas, enviou um ônibus com imigrantes para Nova York, uma cidade com um democrata no comando, o prefeito Eric Adams. Segundo a Prefeitura, mais de 130 mil imigrantes chegaram à cidade desde então —a maioria de latino-americanos fugindo de regimes autoritários ou de conflitos causados pelo tráfico de drogas.

A cidade, antes referência em acolhimento, parece ter chegado ao seu limite. Em julho deste ano, o prefeito afirmou que não havia mais espaço para imigrantes. Na mesma época, panfletos distribuídos na fronteira com o México alertavam que não havia garantia de abrigo ou assistência em Nova York.

Por lei, Nova York é obrigada a fornecer moradia de emergência para quem não tem onde dormir. Contudo, em julho o prefeito anunciou que a cidade começaria a avisar os imigrantes adultos com 60 dias de antecedência para saírem dos abrigos da cidade.

Desde então, a política foi estendida a famílias com crianças e reduzida para 30 dias para adultos não acompanhados por jovens. Os migrantes, muitos dos quais não têm autorização legal para trabalhar, podem voltar a candidatar-se a abrigo se não encontrarem outro lugar para viver.

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