Índia liberta pomba detida sob suspeita de espionagem para China

Ave havia sido capturada com mensagens escritas em suas asas numa caligrafia semelhante à chinesa

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Nova Déli | AFP

A polícia da Índia libertou na quarta-feira (31) uma pomba que passou oito meses detida sob a suspeita de atuar como espiã para a China. A ave ficou trancada e vigiada em um hospital enquanto as autoridades investigavam seus possíveis laços com Pequim.

Pomba foi detida na Índia sob suspeita de atuar como espiã para a China
Pomba foi detida na Índia sob suspeita de atuar como espiã para a China - John Macdougall - 22.jan.24/AFP

A pomba havia sido capturada na cidade de Mumbai com mensagens escritas em suas asas numa caligrafia semelhante à chinesa, segundo o jornal Times of India.

"Inicialmente, a polícia abriu um caso de espionagem contra o pássaro, mas, depois de concluir a investigação, as autoridades retiraram a acusação", diz a publicação. Não foram encontrados indícios de que a pomba estivesse a serviço do PCC (Partido Comunista Chinês).

O processo motivou críticas de organizações que atuam em defesa dos direitos animais. A ONG Peta (sigla em inglês para Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais) chamou de "surpreendente" a duração de oito meses das investigações.

Outras aves já haviam sido detidas na Índia sob suspeita semelhante. Agentes de segurança capturaram uma pomba em 2016 após descobrirem que a ave transportava uma mensagem com ameaças ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, perto da fronteira do país com o Paquistão.

Outra pomba foi detida também na região fronteiriça, em 2010, após ser encontrada com um anel na pata e um número de telefone e endereço paquistaneses escritos em seu corpo com tinta vermelha. Neste caso, as autoridades ordenaram que ninguém fosse autorizado a visitar a ave, que, segundo a polícia, poderia estar em uma "missão especial de espionagem".

China e Índia são rivais e têm disputas diretas por território. Os dois países travaram uma breve guerra de fronteira em 1962 e, desde então, os laços são marcados pela desconfiança.

No ano passado, Pequim divulgou um novo mapa com traçado mais amplo das fronteiras nacionais e que incorpora áreas em disputa, o que aumentou a tensão regional. A Índia protestou contra a incorporação do estado indiano de Arunachal Pradesh, localizado no noroeste do país, mas reivindicado pela China que o considera parte da região autônoma do Tibete. Nova Déli ainda questionou a indexação de Aksai-Chin, região situada na Caxemira e com uma pequena parte administrada pelos chineses.

A relação diplomática entre os países se deteriorou nos últimos anos após escaramuças nas fronteiras. Em 2022, forças militares da China e da Índia se enfrentaram numa das regiões disputadas no Himalaia, cadeia de montanhas que concentra os maiores picos do planeta. Foi o mais grave incidente entre as nações desde que soldados se enfrentaram na fronteira da região indiana de Ladakh, em 2020.

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