Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Netanyahu diz que deixar de invadir Rafah significaria 'perder a guerra' para o Hamas

Premiê de Israel insiste em ofensiva terrestre apesar de pressão internacional; cidade abriga metade dos habitantes de Gaza

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Jerusalém | AFP e Reuters

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou neste sábado (17) que deixar de invadir a cidade de Rafah, ao sul da Faixa de Gaza, equivaleria a "perder a guerra" para o Hamas.

O premiê ainda disse que o Exército israelense seguirá com o plano independentemente do desfecho de um acordo para a libertação de reféns levados pelo grupo terrorista em 7 de outubro do ano passado. "Mesmo que tenhamos sucesso, entraremos em Rafah", afirmou Netanyahu à imprensa.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, em seu escritório em Jerusalém - Ronen Zvulun - 10.dez.2023/AFP

A declaração ocorre no momento em que o governo de Israel está sob intensa pressão internacional contra a ofensiva terrestre. Localizada na região da fronteira com o Egito, Rafah abriga hoje cerca de metade dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza, forçados a se deslocar para o sul da Faixa ainda no início da guerra.

A comunidade internacional tem alertado para a possibilidade de um massacre na cidade. Tel Aviv, por sua vez, afirma que uma ação terrestre é necessária para eliminar membros e estruturas do Hamas que ali operariam.

O primeiro-ministro israelense tem prometido estabelecer uma "passagem segura" para os civis deslocados em Rafah, mas não está claro para onde poderiam ir tantas pessoas que estão amontoadas em barracas improvisadas na cidade que faz fronteira com o país egípcio.

Rafah é a única cidade de Gaza em que as forças de Israel não entraram desde o começo da guerra com o Hamas, embora a região tenha sido bombardeada diariamente.

Neste sábado, Netanyahu também disse que a negociação de uma trégua no conflito foi frustrada por demandas "delirantes" apresentadas pelo Hamas. Negociadores israelenses foram enviados ao Cairo, no Egito, a pedido do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, mas o premiê diz estar fechado a novas tratativas até que o grupo terrorista mude suas exigências.

O primeiro-ministro afirmou ainda que um acordo diplomático mais amplo com os palestinos só poderá ser alcançado por meio de negociações diretas, livres de pré-condições.

Na semana passada, o presidente americano disse que a resposta militar de Israel em Gaza é "exagerada", na crítica mais contundente do mandatário dos EUA a Israel desde o início da guerra.

Biden pediu ao premiê israelense que uma operação militar em Rafah não aconteça a menos que um plano "crível e realizável" garanta a segurança da população, segundo comunicado da Casa Branca. O chefe do Executivo americano também demandou "medidas concretas e urgentes para melhorar a eficácia e a consistência" da assistência humanitária destinada aos civis palestinos.

Diversos apelos contra a invasão a Rafah foram feitos por lideranças diplomáticas nos últimos dias. "O povo de Gaza não pode desaparecer completamente", escreveu a ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, nas redes sociais.

Já o Ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita alertou no sábado para as "repercussões muito sérias de um ataque em Rafah" e pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU.

O chefe da diplomacia britânica, David Cameron, por sua vez, expressou estar "profundamente preocupado" com a ofensiva e afirmou que "a prioridade deve ser uma pausa imediata nos combates, além do envio de ajuda e retirada dos reféns".

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