Guarda Nacional e policiais estaduais vão patrulhar metrô de Nova York

Estatísticas mostram aumento de crimes em relação ao mesmo período do ano passado, mas abaixo de nível pré-pandemia

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Maria Cramer Ana Ley
The New York Times

A governadora de Nova York, Kathy Hochul, anunciou nesta quarta-feira (6) que agentes da Guarda Nacional e policiais estaduais vão patrulhar o sistema de metrô da cidade de Nova York e ajudar a verificar mochilas.

Hochul disse que uma grande demonstração de força no metrô, que é operado pela Autoridade de Transportes Metropolitanos (MTA, em inglês), uma agência estadual, ajudaria os passageiros e visitantes da cidade a se sentirem seguros.

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Oficiais do Departamento de Polícia de Nova York se reúnem no metrô - Dakota Santiago - 17.jan.24/The New York Times

As forças policiais adicionais se somariam a uma presença já grande nos metrôs, para os quais o prefeito Eric Adams determinou a contratação de mais mil policiais em fevereiro, após aumento de 45% nos crimes graves em janeiro, em comparação com o mesmo período de 2023.

Segundo a polícia, a elevação dos furtos foi o principal responsável pelo aumento da criminalidade em janeiro. Esses furtos são definidos pela polícia como crimes graves, juntamente com homicídios, agressões e roubos.

"Esses ataques hediondos e descarados ao nosso sistema de metrô não serão tolerados", disse Hochul durante uma entrevista coletiva na quarta-feira, referindo-se a uma série de assaltos recentes.

Estão previstos 750 membros da Guarda Nacional de Nova York e mais 250 funcionários da polícia estadual e da MTA. Eles trabalharão com o Departamento de Polícia de Nova York para tentar impedir o ingresso de armas no metrô.

"Ninguém que esteja indo ao trabalho, visitar a família ou a uma consulta médica deve se preocupar com o fato de a pessoa sentada ao seu lado possuir uma arma letal", disse Hochul.

A medida faz parte do que Hochul descreveu como um plano de cinco pontos, que forneceria US$ 20 milhões e pagaria por dez equipes de profissionais de saúde mental para ajudar usuários do metrô. O plano também introduziria uma legislação que permitiria a juízes proibir que pessoas condenadas por crimes violentos usassem esse meio de transporte, acrescentaria câmeras às cabines de controle dos condutores dos trens e criaria coordenação com promotores para rastrear infratores recorrentes.

Em meados de 2022, havia cerca de um crime grave para cada 1 milhão de viagens no metrô, segundo uma análise do New York Times, o que tornava remotas as chances de alguém ser vítima de um crime desse tipo. Desde então, essas chances se tornaram ainda mais remotas, pois a taxa geral de crimes no sistema de transportes caiu e o número de passageiros aumentou.

Ainda assim, a mais recente mobilização de policiais ocorre em um momento em que as estatísticas gerais mostram um quadro mais obscuro de crimes nos metrôs. Três homicídios ocorreram desde janeiro, além de várias agressões, incluindo o esfaqueamento de um funcionário no dia 29 de fevereiro, mais uma vez levantando questões sobre a segurança do sistema de transporte público da cidade.

Até o último dia 3, foram registrados 388 crimes graves no sistema de transportes da cidade este ano, de acordo com dados do Departamento de Polícia. Isso representa um aumento de 13% em relação ao mesmo período do ano passado.

No entanto, o número de crimes graves cometidos no sistema de transporte público até o momento neste ano foi cerca de 3% menor do que em 2019, antes da pandemia de Covid-19, quando mais passageiros usavam o sistema, segundo as estatísticas do departamento.

O número de passageiros continua menor do que era antes da pandemia, quando havia 5 milhões de pessoas nos metrôs todos os dias. Atualmente, há cerca de 3 milhões de usuários diários, de acordo com os números da MTA.

À medida que a cidade continua a se recuperar da pandemia, o prefeito de Nova York diz que deseja ver uma "onipresença" de policiais nos metrôs. Ele não estava presente na entrevista coletiva com Hochul na quarta-feira.

Especialistas em transportes temem que a vigilância extra possa ter o efeito oposto ao pretendido, fazendo com que os passageiros tenham ainda mais medo dos metrôs em vez de se sentirem tranquilos.

"O envio de tropas para o metrô infelizmente aumentará a percepção do crime", disse Danny Pearlstein, porta-voz da Riders Alliance, um grupo de defesa do transporte público.

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