O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse neste domingo (7) estar "alarmado" pela invasão das forças de segurança do Equador à embaixada do México em Quito. Na noite de sexta (5), policiais entraram na representação para capturar o ex-presidente equatoriano Jorge Glas, que estava abrigado no local desde dezembro para evitar o cumprimento de um mandado de prisão.
Guterres enfatizou a importância de manter a inviolabilidade dos recintos diplomáticos. Segundo ele, esses locais deveriam ser respeitados "em todos os casos, em conformidade com o direito internacional".
"O secretário-geral afirmou que as violações deste princípio colocam em risco a continuação das relações internacionais normais, que são fundamentais para o avanço da cooperação entre os Estados", disse o porta-voz Stéphane Dujarric em comunicado.
O chefe das Nações Unidas pediu tanto ao Equador quanto ao México que mostrem "moderação" para "solucionar suas diferenças por meios pacíficos", acrescentou.
Mais de uma dezena de governos da América Latina denunciaram a invasão da embaixada mexicana em Quito por parte da polícia, qualificada de "improcedente" pela OEA (Organização dos Estados Americanos)
A operação, considerada sem precedentes no mundo, levou o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, a romper relações diplomáticas imediatas com o Equador. A Nicarágua, ainda no sábado (6), também cortou relações.
A operação culminou na detenção de Glas, exigida pela justiça do seu país após condenações por corrupção.
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