Descrição de chapéu Arábia Saudita Todas

Mulher é presa na Árabia Saudita depois de postar conteúdo feminista

Personal trainer foi condenada a 11 anos por vídeos pedindo o fim do sistema de tutela masculina no país

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Dubai | Reuters

Uma personal trainer foi condenada a 11 anos de prisão na Arábia Saudita acusada de terrorismo depois de fazer posts em redes sociais pedindo o fim do sistema de tutela masculina na monarquia. As informações são da organização de direitos humanos Anistia Internacional.

Manahel Al-Otaibi, 29, foi condenada em janeiro, e os detalhes do seu caso vieram à tona depois de um pedido de informação feito pelas Nações Unidas. De acordo com a Anistia Internacional, Al-Otaibi foi acusada por fazer publicações com a hashtag "abaixo a tutela masculina" e gravar vídeos vestindo o que foram consideradas "roupas indecentes".

A personal trainer saudita Manahel Al-Otaibi caminha pelas ruas de Riad, capital da Arábia Saudita, vestida em roupas ocidentais - Fayez Nuerldine - 2.set.2019/AFP

Em 2019, o país relaxou as restrições de vestimenta para mulheres estrangeiras, mas ativistas dizem que as mulheres sauditas ainda enfrentam condições rígidas.

Na resposta que enviou à ONU, a Arábia Saudita negou que Al-Otaibi tenha sido condenada pelos posts e disse que ela foi acusada de atividades terroristas que "não têm qualquer ligação com seu exercício de liberdade de expressão". A monarquia não explicou que atividades seriam essas e não deu mais detalhes.

A personal trainer foi condenada com base na lei antiterrorismo, que vem sendo criticada pelas Nações Unidas por ser uma ferramenta legal ampla demais com o objetivo de cercear opositores.

Desde que chegou ao poder em 2017, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman promoveu reformas em uma tentativa de revitalizar a imagem de seu país no Ocidente. Nos últimos anos, mulheres receberam permissão de dirigir, tirar um passaporte e viajar sem autorização de um homem, e pedir um divórcio. Mas elas ainda têm mais dificuldades nesse processo do que homens, e muitos outros direitos lhes são negados.

Em 2022, o regime saudita publicou uma lei que codificou muitos aspectos do sistema de tutela masculina, incluindo a exigência de que uma mulher obtenha permissão de um homem para casar, e estipulando que o marido só precisa apoiar a esposa financeiramente se ela não for desobediente —o que inclui, por exemplo, recusar-se a ter relações sexuais "sem uma desculpa legítima".

De acordo com a ONG Human Rights Watch, a lei ainda é vaga em outros aspectos, abrindo a possibilidade de que juízes a apliquem de forma inconsistente.

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