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José Manuel Diogo

O ponto de largada para a primeira mulher negra na Casa Branca

Mesmo tão tendo sido a primeira escolha, e arrancando tarde, Kamala tem a seu favor argumentos poderosos: é mulher, é negra, e é jovem

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José Manuel Diogo

Diretor da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira, é fundador da Associação Portugal Brasil 200 anos

Como escrevi na semana passada na Folha, o atentado recente precipitou uma substituição inevitável na liderança democrata. Com Joe Biden fora da corrida, Kamala Harris assume o protagonismo e enfrenta o desafio de renovar a política americana.

Agora, Kamala, uma mulher negra com um histórico de luta pela justiça social, para se tornar a primeira mulher (e simultaneamente a primeira negra) a ser presidente de uma das mais poderosas democracias do mundo, tem pela frente uma das lutas difícil e ingrata.

A vice-presidente dos EUA e agora candidata à Presidência, Kamala Harris, em evento em New Orleans
A vice-presidente dos EUA e agora candidata à Presidência, Kamala Harris, em evento em New Orleans - Edmund D. Fountain - 6.jul.2024/Reuters

Mas mesmo tão tendo sido a primeira escolha, e arrancando tarde, tem a seu favor argumentos poderosos. É mulher, é negra, e é jovem.

É verdade que Kamala precisa direcionar suas baterias para esse rejuvenescimento, mas o fato de ser mulher é o principal argumento para atrair não apenas os eleitores democratas, mas também captar votos dos republicanos desiludidos.

A chave para seu sucesso reside em promover uma agenda que aborde as preocupações dos jovens, mulheres e minorias, ao mesmo tempo que apresenta soluções práticas para os desafios econômicos e sociais que os americanos enfrentam. Sua capacidade de se conectar com diferentes comunidades e de propor mudanças significativas pode quebrar barreiras e criar uma coalizão diversificada e poderosa.

Além disso, Kamala deve demonstrar liderança e visão em questões críticas como mudanças climáticas, saúde pública e justiça racial. A sua habilidade em articular uma visão inclusiva e progressista será essencial para conquistar a confiança e o apoio de uma nação ansiosa por mudanças.

Kamala Harris tem demonstrado um compromisso significativo com a América Latina, incluindo o Brasil. Em janeiro de 2023, após os ataques a instituições governamentais em Brasília, Kamala condenou firmemente as ações dos radicais pró-Bolsonaro e destacou a prontidão da nova embaixadora dos EUA no Brasil, Elizabeth Bagley, para trabalhar com a administração de Luiz Inácio Lula da Silva. Kamala enfatizou a importância de fortalecer as relações democráticas e econômicas entre os dois países, sugerindo uma abordagem colaborativa e de apoio mútuo.

A história está sendo escrita, e Kamala Harris tem a oportunidade de ser um farol de esperança e transformação. Seu sucesso pode redefinir não apenas o Partido Democrata, mas também o futuro da política americana e os equilíbrios geopolíticos de todo o planeta

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