Descrição de chapéu Eleições EUA

Saiba quem são os cotados para substituir Biden caso ele desista da candidatura

Vice, Kamala Harris, está no topo da lista, que inclui governadores de Michigan, Califórnia, Illinois e Pensilvânia

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Chris Cameron Adam Nagourney
The New York Times

O fraco desempenho do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no debate contra o republicano Donald Trump tem levado alguns democratas a levantarem a possibilidade de indicar um candidato alternativo e considerarem uma lista de nomes.

No topo da lista está, é claro, a vice-presidente Kamala Harris, cujo status como companheira de chapa de Biden pode torná-la uma candidata fácil para os democratas recorrerem em um momento difícil. Mas governadores e outras figuras políticas também são frequentemente mencionados.

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O presidente dos EUA, Joe Biden, na cerimônia de abertura do Stonewall National Monument Visitor Center, em Nova York - Haiyun Jiang - 28.jun.2024/The New York Times

Uma troca de candidato provavelmente exigiria que Biden saísse da corrida, algo que sua campanha diz que ele não tem intenção de fazer. E os riscos são reais. Alguns dos possíveis substitutos mais proeminentes listados abaixo nunca passaram pelo teste de uma corrida presidencial. Há uma longa lista de candidatos que pareciam ótimos no papel e fracassaram na campanha eleitoral.

"Não é tão fácil quanto parece", diz Barbara Boxer, ex-senadora da Califórnia. "Ser avaliado para presidente é diferente de qualquer outra avaliação. Não sabemos como essas pessoas se sairiam."

Abaixo estão listados alguns dos concorrentes em discussão.

Kamala Harris

Harris, ex-procuradora e senadora da Califórnia, já teve dificuldades para definir seu papel ao lado de Biden. Inicialmente encarregada de lidar com questões polarizadoras como migração ilegal, ela foi vista por doadores democratas e apoiadores de Biden como um possível problema político. Embora essas preocupações tenham diminuído, ela tem sido prejudicada por baixos índices de aprovação que quase não ultrapassam os do presidente.

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A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, fala no Centro Comunitário John Chavis, em Raleigh - Doug Mills - 26.mar.2024/The New York Times

Ainda assim, Harris tem feito campanha pelo presidente há meses como uma de suas principais representantes. Recentemente, ela se tornou a principal voz da Casa Branca do direito ao aborto. Em março, ela se reuniu com prestadores de serviços de aborto em uma clínica em St. Paul, Minnesota, em uma visita que pode ter sido a primeira feita por um presidente ou vice-presidente a uma clínica do tipo. Primeira vice-presidente negra do país, Harris também trabalhou para fortalecer as vulnerabilidades de Biden com eleitores negros e jovens.

Há muito tempo os democratas se preocupam com seu desempenho contra Trump, embora ela tenha intensificado seus ataques contra o ex-presidente nos últimos meses —especialmente sobre o aborto— em um esforço para demonstrar que poderia se sair bem contra ele.

Gavin Newsom

O governador da Califórnia e ex-prefeito de São Francisco, Gavin Newsom, tornou-se um dos principais representantes de Biden durante esta campanha.

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O governador da Califórnia, Gavin Newsom, apresenta sua proposta de Orçamento para 2024 em Sacramento - Jim Wilson - 10.jan.2024/The New York Times

O democrata, que já foi vice-governador por dois mandatos, foi um dos primeiros a defender o desempenho de Biden em Atlanta. Ele tem alguns benefícios claros: é um companheiro experiente de um grande estado que usou sua plataforma para argumentar contra Trump e a favor do Partido Democrata.

Ele não demonstrou reservas em relação a Biden, mas esperou nos bastidores caso o presidente, de alguma forma, não terminasse na chapa e considerou abertamente concorrer em 2028.

Porém, Newsom teria que explicar os problemas que a Califórnia enfrentou na última década: pessoas em situação de rua, altos impostos, custos crescentes de moradia. Além disso, ele nunca vai se livrar da sua decisão em 2021 de realizar um jantar caro com lobistas no restaurante de luxo French Laundry.

Dito isso, se Biden decidir encerrar sua corrida, Newsom poderia se beneficiar da campanha encurtada: ofereceria menos tempo para os oponentes explorarem e ampliarem algumas dessas possíveis falhas.

Gretchen Whitmer

A governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, alcançou rapidamente o status de estrela nacional do Partido Democrata ajudada em parte pelo antagonismo de Trump, que se referia a ela como "aquela mulher de Michigan". Governadora por dois mandatos, Whitmer liderou uma campanha em 2022 que deu aos democratas um controle total da legislatura e do governo em um estado decisivo pela primeira vez em 40 anos.

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A governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, em seu gabinete, na capital do estado - Erin Schaff - 6.fev.2024/The New York Times

Ela usou esse mandato para promulgar uma lista extensa de políticas progressistas. Seu perfil nacional também disparou durante a pandemia, quando foi vilipendiada pela mídia de direita e por autoridades republicanas por suas medidas de isolamento social. Whitmer também é vice-presidente do Comitê Nacional Democrata, uma posição de liderança de destaque no partido nacional.

Por todos esses motivos e mais, ela está no topo da lista de quase todos os democratas como forte candidata para 2028, e recentemente acenou para suas ambições presidenciais pós-Biden. Mais importante, ela vem de um estado decisivo que a apoia: foi reeleita com mais de 54% dos votos em 2022.

JB Pritzker

O governador de Illinois, JB Pritzker, herdeiro bilionário da fortuna dos Hotéis Hyatt, se destacou como um representante de Biden por seus insultos afiados contra Trump. Quando o ex-presidente foi condenado em seu julgamento criminal em Nova York, Pritzker se afastou da lista de tópicos cuidadosamente elaborados pela maioria dos democratas e atacou o ex-presidente como um criminoso, racista, homofóbico e vigarista.

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O governador de Illinois, JB Pritzker, de Illinois, em seu gabinete, em Chicago - Jamie Kelter Davis - 21.set.2023/The New York Times

O comportamento enérgico e seus ataques cáusticos contra Trump renderam a Pritzker aplausos enquanto ele fazia campanha para Biden. Ele também tem um histórico progressista significativo como governador por dois mandatos, obtendo vitórias notáveis no direito ao aborto e controle de armas. Ele deslocou o Partido Democrata do estado para longe de sua política tradicionalmente de centro-esquerda.

Outra vantagem óbvia para Pritzker é sua enorme riqueza. Estimada em cerca de US$ 3,5 bilhões (quase R$ 20 bilhões), a fortuna de Pritzker o torna o político eleito mais rico da América, e ele não hesita em usar esses fundos em suas ambições políticas. Registros de campanha mostram que ele gastou um total de US$ 350 milhões (quase R$ 2 bilhões) em suas duas campanhas para governador.

Josh Shapiro

O governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, ex-procurador-geral do estado, é conhecido como um líder ponderado que enfatizou o bipartidarismo e focou principalmente em questões não ideológicas durante seu mandato.

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O governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, em seu gabinete - Kriston Jae Bethel - 6.mai.2024/The New York Times

Shapiro teve uma taxa de aprovação de 64% em uma pesquisa recente, com apenas 19% dos eleitores registrados no estado-chave dizendo que o desaprovavam. Em contraste, 41% dos entrevistados disseram que votariam em Biden em novembro.

Shapiro frequentemente fala sobre sua fé judaica e mergulhou em uma divisão acirrada no Partido Democrata sobre protestos estudantis pró-Palestina, defendendo apaixonadamente seu apoio a Israel e denunciando algumas das recentes manifestações como antissemitas.

Mas isso é o mais importante a saber sobre Shapiro: ele é o governador da Pensilvânia. E se há algum estado imprescindível para qualquer opositor de Trump, a Pensilvânia é esse estado. Shapiro derrotou seu oponente republicano em 2022, Doug Mastriano, com 56% dos votos, um número que certamente estará na mente dos democratas ao tomar esse tipo de decisão.

Outras possibilidades

Esta lista não é exaustiva; o tipo de caos que poderia ser desencadeado na convenção dos democratas em Chicago se Biden desistir permite todo tipo de possibilidades. Entre as convencionais: o secretário de Transportes, Pete Buttigieg, e os senadores Cory Booker, de Nova Jersey, e Amy Klobuchar, de Minnesota. Todos os três já concorreram à presidência antes e são familiares aos eleitores democratas.

O governador de Kentucky, Andy Beshear, que foi reeleito em 2023, também ganhou atenção nacional por seu sucesso improvável como democrata em um estado republicano onde Biden é profundamente impopular. Beshear derrotou seu oponente republicano, Daniel Cameron, por 5 pontos, mesmo enquanto outros candidatos democratas em corridas estaduais perderam por margens avassaladoras.

E, finalmente, duas pessoas que já viveram na Casa Branca: Hillary Clinton e Michelle Obama. O ex-presidente Barack Obama, embora ainda tenha uma avaliação bastante alta entre os eleitores registrados, é impedido pela Constituição de concorrer a um terceiro mandato.

Erramos: o texto foi alterado

A quantia de US$ 350 milhões equivale a quase R$ 2 bilhões, e não R$ 2 milhões, como dizia versão anterior deste texto. O texto foi corrigido.

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