Estratégias pedagógicas semelhantes explicam o bom desempenho observado tanto no colégio quanto no curso Objetivo, segundo Sandra Miessa Di Genio, diretora-presidente do grupo.
A empresa venceu as categorias de melhor colégio particular e melhor cursinho na pesquisa Datafolha que elegeu os melhores serviços da cidade de São Paulo. Como cursinho, recebeu 17% das menções, dividindo o primeiro lugar com o Etapa, lembrado por 16% dos entrevistados.
O Objetivo venceu todas as edições que incluíram a categoria cursinho. O Etapa chegou à quarta vitória.
Fundado em 1965 para suprir possíveis lacunas do ensino médio —então segundo grau—, o curso Objetivo apostou desde o início em ferramentas de ensino e material didático desenvolvidos pelos próprios professores.
O primeiro dispositivo, de 1966, foi uma sala eletrônica, com um painel com luzes associadas a botões nas carteiras dos alunos. Cada botão representava uma alternativa de resposta e uma cor diferente.
Ao apresentar uma pergunta, o professor conseguia ver no painel um panorama das respostas da turma e em quais questões os alunos tinham mais facilidade ou dificuldade.
Em 1971, com o mesmo sistema de ensino e corpo docente, foi fundado o colégio.
"Isso deu muito resultado, porque são os professores que criam os cadernos, ministram as aulas e formam os outros professores", afirma a diretora.
Na visão de Di Genio, o principal chamariz para a popularidade do cursinho é o desempenho de seus alunos nos vestibulares.
"Procuram-nos muito por causa das aulas do Enem, dos nossos simulados e resoluções comentadas questão por questão. E a gente costuma acertar muito nos temas da redação", afirma.
Os resultados nas provas são fruto de um processo frequentemente atravessado por tecnologias. Hoje, a plataforma desenvolvida internamente pelo Objetivo contém cerca de 10 mil aulas gravadas, que podem ser acessadas com legendas em cinco idiomas.
Também é possível buscar palavras específicas e ser direcionado ao momento exato em que foram ditas durante a aula, poupando o trabalho de procurar manualmente o trecho que interessa.
Para os próximos anos, a empresa quer melhorar os programas de realidade aumentada que reproduzem aspectos de biomas e regiões a serem estudados em geografia, por exemplo, além de expandir a plataforma de modo a melhorar a visualização das dificuldades de cada sala e de cada aluno.
"Os professores vão ter uma definição mais clara do que talvez não tenha ficado muito claro na sala de aula [a partir das respostas da plataforma]. Pode ter faltado explicar mais sobre o movimento retilíneo uniforme em determinada sala, mas em outra pode estar ótimo."
A ferramenta é direcionada aos alunos das unidades próprias do cursinho e do colégio, mas a empresa está estendendo o acesso às instituições conveniadas, que podem adquirir o material didático físico e o digital do sistema de ensino do grupo.
Quanto às carreiras mais visadas pelos alunos do cursinho, Di Genio afirma que medicina e direito seguem fortes. Engenharias tiveram queda. Além disso, há uma tendência entre os jovens, segundo ela, de buscar cursos que durem menos tempo, para conseguir conciliá-los com outras necessidades, como o trabalho.
Procurado pela Folha, o Etapa não respondeu.
OBJETIVO
17% das menções
Fundação
1965
Unidades
10
Alunos
8.526
Funcionários
293
Faturamento
Não divulga
Crescimento
Não divulga
O sucesso do curso está muito interligado ao do colégio. A gente não separa; são os mesmos professores e eles criam os cadernos, ministram as aulas e formam outros professores
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