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Adolfo Sachsida

Em defesa das reformas

Com o país doente, é chegada a hora de uma aliança

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O secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida
O secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida - Divulgação

“Pouco mais é necessário para erguer um Estado, da mais primitiva barbárie até o mais alto grau de opulência, além de paz, de baixos impostos e de boa administração da Justiça: todo o resto corre por conta do curso natural das coisas.” (Adam Smith)

Numa analogia com Dostoiévski, podemos dizer que o Brasil é um país doente... É um país rancoroso. Violência, pobreza, desigualdade, desemprego, baixa qualidade da educação pública, precário sistema de saúde pública e incríveis níveis de corrupção fazem de nós um país rancoroso. É a hora da mudança. É chegado o momento de uma grande aliança nacional em prol de reformas socioeconômicas que façam valer as palavras presentes em nossa bandeira nacional, ordem e progresso.

Ordem significa resgatar os valores básicos da sociedade, como organização, disciplina e respeito ao próximo e às instituições, de modo a contribuir para a redução do intolerável número de mais de 60 mil homicídios por ano que destrói a vida e os sonhos de nossos jovens; a dissuasão das invasões rurais e urbanas que corroem os fundamentos da propriedade privada; e a redução do poder do crime organizado, que domina comunidades e ameaça nossa liberdade.

Progresso significa melhorar a qualidade de vida do indivíduo, de sua família e de toda a sociedade. 
A liberdade econômica, o incremento do comércio internacional, a privatização das empresas públicas desnecessárias e ineficientes e o fortalecimento da competição são medidas fundamentais para esse fim.
Sabemos há muito que o empreendedorismo, o ímpeto individual e coletivo pela inovação, oriundo da criatividade humana, é peça chave para o desenvolvimento econômico. 

Hoje, infelizmente, a realidade do empreendedor no país é lutar pela sobrevivência em um ambiente que maltrata e sufoca a livre-iniciativa. Milhões de brasileiros, dos mais pobres aos mais ricos, com inesgotável obstinação, teimam em empreender, contrariando todos os desincentivos.

Inspirados por Churchill, nós reconhecemos que o capitalismo é a pior forma de organização econômica, exceto todas as demais. Tal como Friedman e Hayek depositamos imensa confiança no livre mercado. Mais que isso, nós concordamos e estamos comprometidos a combater a gigantesca desigualdade de renda e de oportunidades existente em nosso país. 

Temos a firme convicção de que programas de assistência social são vitais para aliviar a pobreza e sabemos da necessidade de criar mecanismos que deem aos mais pobres melhores oportunidades.

É premente a necessidade de combater os privilégios dados a pessoas e setores específicos que nortearam as políticas realizadas historicamente no país. Tais privilégios reduzem a competição e a produtividade, além de aumentar a desigualdade e promover injustiças.

O déficit fiscal é um problema premente no país. Além disso, precisamos de uma ampla gama de reformas econômicas, que estimulem a produtividade, para recolocar o Brasil de volta ao caminho do desenvolvimento econômico e da prosperidade. 

Um programa de ajuste fiscal centrado em (a) reforma da Previdência, (b) avaliação e aperfeiçoamento de políticas públicas, (c) redução de subsídios, (d) privatização de empresas e (e) melhor gestão de gastos públicos são só os primeiros passos. 

Programas concentrados em reformas macro e microeconômicas, abertura comercial, reforma tributária, eficiência do setor público, modernização das leis trabalhistas e independência do Banco Central são somente alguns exemplos do que deve e será feito.

Não podemos desperdiçar os ensinamentos da pior crise econômica da nossa história, resultado direto da guinada dirigista da política econômica dos últimos governos. Este é o melhor dos tempos, este é o pior dos tempos... Se tivermos sucesso em nosso programa de reformas, teremos uma economia forte e um país mais justo, solidário e desenvolvido.

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