Ontem. Hoje. Amanhã. Exemplificação didática de como o tempo se movimenta em nosso ambiente. Fenômenos naturais que Isaac Newton, Albert Einstein, Stephen Hawking e outros gigantes cientistas gastaram seus neurônios de ouro para se dedicarem a resolver tais mistérios.
Enquanto isso, nós, brasileiros, gastamos tempo com debates; alguns importantes, outros atemporais, que não deveriam estar na pauta do dia. Um exemplo? O processo legislativo para tornar parte do ensino público gratuito em ensino público pago. Saiu momentaneamente de pauta para ter o mínimo de escopo (audiência pública), mas e o tempo que perderam debatendo?
Não que o tema seja ruim; pelo contrário. Tudo que envolve educação se impõe ser rediscutido no Brasil, mas não agora. Estamos com uma ferida aberta na transparência de gastos públicos onde tudo é dado cem anos de sigilo sem que o Congresso Nacional faça nada —além de alguns opositores, que reclamam nas redes sociais, principalmente no Twitter.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o empresário Elon Musk se encontraram na semana passada, no interior de São Paulo, e tiveram como pauta principal a região da Amazônia. Segundo o chefe do Executivo, ele conta com a ajuda do bilionário para que a floresta "seja conhecida por todos"
Perdoem-me, mas é inevitável a comparação. Do mais puro e ignorante escambo —madeira, água potável e importantes minérios brasileiros— em troca de perfis em rede social, compartilhamentos e likes. Tudo para garantir privilégios ao bolsonarismo em detrimento de toda a população brasileira. A vinda de Musk teve viés de visita cortesia a Bolsonaro para firmar parcerias comerciais e, sobretudo, eleitorais. Por favor! Que não brinquem com a inteligência alheia; não há outro motivo para o homem mais rico do mundo ter interesse na amizade com a família Bolsonaro.
Há um nítido "Elon" entre a verdade e a mentira nisso tudo. É bastante correto afirmar que, hoje, controlar o Twitter é ter a mídia mundial à luz de seus olhos.
Confirmamos a possibilidade dessa afirmação com a simples análise de quando diferenciamos a censura direta e indireta. Há como censurar um perfil simplesmente banindo-o da rede social, causando confronto direto e certo entre defensores da liberdade de expressão. Mas há, também, a possibilidade de indiretamente banir um usuário, silenciando-o; ou seja, o algoritmo irá entregar o conteúdo para menos pessoas, sem avisar o usuário deste ato.
Vivemos em um país onde, isolados pelas distâncias ideológicas e entrevados pela ignorância, cidadãos sentem toda a extensão da sua fraqueza: aqui, poderoso, só o governo. Pessoas têm prazo final para pagar tributos sob pena de multa e até prisão —por mero descuido e indício de sonegação. Já o governo não tem prazo para pagar —nem mesmo para realizar a prestação de serviço público. Portanto, já passou da hora de os governantes entenderem a ocasião certa para resolver os problemas sociais, legislando com a intenção de tornar o tempo igual para cidadãos e poder público.
TENDÊNCIAS / DEBATES
Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.