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2º turno no radar

Menor distância entre Lula e Bolsonaro e alta da 3ª via favorecem nova votação

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Fotomontagem de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) durante debate dos presidenciáveis - Marlene Bergamo/Folhapress

A diferença entre as intenções de voto nos líderes da disputa pela Presidência estreita-se desde maio. A confirmação desta tendência é o resultado mais significativo da nova pesquisa do Datafolha.

Os números também indicam que se tornou mais improvável que a eleição se resolva no primeiro turno. A dilatação do período de campanha pode ter influência relevante no desempenho dos candidatos.

Em maio, a vantagem de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação a Jair Bolsonaro (PL) era de 21 pontos percentuais. Agora, é de 13 pontos —são apenas 5 em São Paulo, maior colégio eleitoral do país.

Em um segundo turno, a diferença caiu de 25 para 15 pontos. Apenas na hipótese extrema da margem de erro Lula venceria na primeira rodada de votação.

Por ora ainda é difícil atribuir essa evolução ao aumento do valor e da cobertura do Auxílio Brasil. Mas é possível que o efeito do reforço desse benefício assistencial ainda possa aparecer.

A recuperação econômica, em particular no emprego, pode ter tido seu peso no lento avanço de Bolsonaro. Apesar da tendência de desaceleração da economia daqui em diante, mais eleitores encontrarão um trabalho até o final de outubro, data de um segundo turno.

O salário médio continua nos níveis mais baixos da década e ainda quase 3% menor que no ano passado, mas também está em alta.

Essa é só a parte mais recente da história, porém. No ano passado, houve salto da miséria. Ainda que haja melhora neste 2022, o estrago foi profundo. Mesmo o recuo da inflação esconde agruras da carestia. O IPCA dos últimos 12 meses recuou para ainda elevados 9,6%, graças à queda dos preços de combustíveis e energia. Mas o encarecimento da alimentação é de 17,4%.

É certo que a disputa eleitoral se trava em torno de muitos outros temas. A questão religiosa, o voto das mulheres, várias frentes do que se chama de guerra cultural e a corrupção podem ser quesitos do julgamento do eleitor.

No que tange às intenções de voto, o efeito mais relevante na economia e na assistência social pode ter passado —os bons números do Produto Interno Bruto, divulgados na quinta (1º), refletem o que ocorreu entre abril e junho. De todo modo, melhorias marginais ainda podem favorecer Bolsonaro.

Entretanto o mandatário não se livrou de uma rejeição incapacitante, majoritária, que flutua entre 51% e 55% desde maio.

O início oficial da campanha levou mais eleitores para Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) e outros candidatos. Com a perspectiva de segundo turno, o embate será mais longo e renhido; haverá mais tempo para a desconstrução das candidaturas líderes.

editoriais@grupofolha.com.br

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