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Carlos Gilberto Carlotti Junior

O novo Museu do Ipiranga

Amor empenhado na obra está em cada detalhe que o visitante contemplará

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Carlos Gilberto Carlotti Junior

Reitor da Universidade de São Paulo (USP)

Nesta terça-feira (6) será inaugurado o novo Museu do Ipiranga e, a partir de quarta (7), o espaço estará aberto para visitação. A sociedade brasileira irá receber um prédio inteiramente restaurado, acessível e ampliado, com acervo de inestimável valor cultural.

Foram quase três anos de trabalhos complexos para recuperá-lo e deixá-lo à altura do legado que ele representa. É assim que a USP comemora os 200 anos da Independência do Brasil: preservando e estudando a memória nacional e, ao mesmo tempo, com os olhos voltados para o futuro, oferecendo as novas instalações do museu para que nossos filhos e netos sigam conhecendo a história viva brasileira.

Dedicamos muita energia para chegar até aqui. Em 2013, esse museu da USP foi fechado por problemas estruturais. Além disso, era um prédio sem acessibilidade e com falhas de segurança.

Para cada um desses desafios foram encontradas soluções que envolveram profissionais de muitas áreas do conhecimento —arquitetos, historiadores, museólogos, arqueólogos, paisagistas, restauradores de ornatos, engenheiros, carpinteiros, químicos e biólogos. Foram empregadas modernas técnicas de restauração. O museu permitirá interação para pessoas com deficiência. O Jardim Francês, localizado em frente ao edifício-monumento, com suas belas fontes, renasceu.

As obras custaram cerca de R$ 252 milhões, captados via Lei Rouanet, por doações de empresas parceiras e apoio direto do governo do Estado de São Paulo, da USP e de sua fundação de apoio, a Fusp.

Devo destacar o empenho do governo paulista na captação de recursos e no acompanhamento contínuo das obras, assim como na gestão futura do museu. Destaco, ainda, a agilidade nas autorizações da Lei Rouanet pelo governo federal. Essas obras são produto de diferentes gestões do museu, da reitoria, dos governos municipal, estadual e federal. Foi um esforço do Estado brasileiro, em todas as suas dimensões e níveis.

A USP e o seu museu expressam aqui sua gratidão aos doadores, colaboradores, patrocinadores e governantes. Parcerias assim realimentam nossa disposição para o futuro, assim como fortalecem o orgulho que temos de nossa história.

Nesta terça (6), a inauguração contará com a presença de autoridades dos governos federal, estadual e municipal, patrocinadores e colaboradores diretos. A visitação no dia 7 de Setembro será para crianças do ensino público, trabalhadores da obra e seus familiares e colaboradores do governo paulista. A partir do dia 8, a visitação para o público em geral poderá ser realizada com a obtenção de ingressos no site do museu.

É com esse espírito de cooperação e de apoio mútuos, de diálogo e de união em prol de causas comuns que celebramos o bicentenário da Independência do Brasil.

A história nos ensina sobre a necessidade do respeito às diferenças, e é com esse respeito que construímos o presente. O 7 de Setembro pertence aos brasileiros e às brasileiras de todas as gerações. É uma data que vem para nos unir.

O estudo historiográfico nos estimula a valorizar a diversidade, sem a qual não teríamos democracia no presente. Os 200 anos da nossa Independência nos convidam a pensar os próximos 200 e nos desafiam a dizer que país queremos construir daqui para a frente. Ela é expressão da democracia que tecemos juntos e que queremos fortalecer.

Nosso futuro dependerá diretamente da educação, da pesquisa científica, do pensamento livre e crítico, das artes e da valorização da cultura. Estes são os pilares da USP e do Museu do Ipiranga. Com eles, celebramos o bicentenário da Independência e convidamos a todos para visitarem o nosso museu.

Temos certeza de que o amor empenhado nesta obra se refletirá no gosto com que cada visitante contemplará cada detalhe. Há muito trabalho, muito esmero, muito capricho, muito respeito ao passado e muita confiança no porvir. Sigamos juntos, renovados e em harmonia. É o que o Brasil quer de nós e, ao menos por parte da USP e do Museu do Ipiranga, é o que o Brasil terá de nós.

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