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O que a Folha pensa Datafolha

Presidente pesado

Distância entre Lula e Bolsonaro cai lentamente, a despeito do uso da máquina

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Em montagem, os presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) - Marlene Bergamo/Folhapress

A mais recente pesquisa Datafolha confirma o progressivo, porém moroso, estreitamento da diferença numérica entre os dois principais candidatos à Presidência.

Embora a distância seja a menor desde maio, observa-se desde o início da campanha um quadro de poucas mudanças, no qual Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a menos de um mês do pleito, mantém os mesmos 45% das intenções de voto da sondagem da semana passada, ante 34% de Jair Bolsonaro (PL), que oscilou dois pontos para cima.

Para notar uma tendência mais consistente de crescimento das intenções de voto no atual mandatário, é preciso considerar um período maior de tempo.

Há quatro meses, ele marcava 27%, enquanto Lula tinha 48%; em julho, foi a 29%, variação ainda dentro da margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Nas duas sondagens seguintes, em agosto e início de setembro, ficou nos 32%.

O movimento é acompanhado por uma melhora paulatina da avaliação do governo, como costumeiramente ocorre em períodos eleitorais. Desde o início do ano, a parcela dos que consideram a administração federal ótima ou boa se elevou de 22% para 31%.

Bolsonaro avançou muito pouco, porém, na redução de sua acachapante rejeição, que alcança 51% do eleitorado —não muito diferente do pico de 55% apurado em junho. O contingente dos que dizem não votar em Lula em nenhuma hipótese é bem menor, embora tenha subido de 33% para 39% desde maio.

Não por acaso, o petista mantém vantagem na simulação de um hoje mais provável segundo turno, de 53% a 39% —cifras quase idênticas às da pesquisa anterior (53% a 38%). A diferença, no entanto, caiu de 29 para 14 pontos neste ano.

Tudo considerado, são evidentes as fragilidades de Bolsonaro na busca pela reeleição, a despeito do desembolso descomunal de dinheiro público em medidas eleitoreiras. A elevação do Auxílio Brasil a R$ 600 e a deflação produzida pela redução de impostos sobre combustíveis surtiram efeito modesto, até aqui, nas intenções de voto.

A aprovação a seu governo ainda é inferior à obtida em 2014 pela petista Dilma Rousseff (36%), que se reelegeu a muito custo e não concluiu seu segundo mandato.

O presidente continua muito mal entre eleitores mais pobres, mulheres e nordestinos. Entre beneficiários diretos ou indiretos do Auxílio Brasil, Lula lidera por 56% a 28%.

Convém não subestimar, todavia, as vantagens do incumbente na disputa eleitoral —ainda mais tratando-se de um que não mostra nenhum escrúpulo na exploração da máquina pública e até de um evento nacional como o bicentenário da Independência.

editoriais@grupofolha.com.br

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