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Saúde no rótulo

Novas regras para embalagens de alimentos facilitam escolha dos consumidores

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Alimentos à venda em Santiago, no Chile; país adotou em 2016 novas regras na rotulagem de alimentos e produtos com excesso de nutrientes que podem fazer mal a saúde - Victor Ruiz Caballero/The New York Times

Passaram a vigorar em todo o país as novas normas de padronização para rótulos de bebidas e alimentos industrializados, aprovadas há dois anos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Doravante, tais produtos terão de trazer nas embalagens alertas para a presença excessiva de nutrientes considerados críticos para a saúde, como sódio, gordura saturada e açúcar. Trata-se de iniciativa benéfica para o bem-estar dos brasileiros e já adotada com bons resultados em outros países.

A principal mudança será a inclusão do ícone de uma lupa na parte frontal dos rótulos de bebidas e alimentos cujos teores desses elementos forem superiores aos preconizados pela Anvisa.

Também será obrigatório a identificação da presença de açúcares totais e adicionados, bem como a declaração do valor energético e nutricional por 100 g ou 100 ml do produto —a fim de que o consumidor possa comparar de forma simples os diferentes produtos.

Por fim, com o intuito de melhorar a legibilidade do rótulo, a tabela nutricional passará a ter apenas letras pretas sobre um fundo branco, realçando o contraste.

Fornecer informações claras, precisas e completas acerca dos alimentos, como estipula a nova norma, responde não só a um direito básico do cidadão como pode representar um passo importante no combate às doenças relacionadas à má alimentação.

Afinal, o consumo excessivo de açúcar, sódio e gordura saturada está diretamente associado ao aumento da obesidade e de problemas cardiovasculares (a principal causa de morte no Brasil), além de outras doenças crônicas não transmissíveis, como o diabetes.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, 52% da população adulta apresentava ao menos uma dessas doenças em 2019. Já a obesidade vem crescendo de forma acentuada nas duas últimas décadas.

Hoje, 57% dos brasileiros com 18 anos ou mais apresentam sobrepeso, e 22% estão obesos.
Embora as novas regras já estejam valendo para novos produtos, os artigos hoje à venda terão prazo de até três anos para adaptação.

É possível que as mudanças, se plenamente implementadas, venham a contribuir para tornar os alimentos industrializados mais saudáveis. A principal consequência, contudo, será dar aos consumidores a possibilidade de exercer seu direito de escolha de forma mais consciente e informada.

editoriais@grupofolha.com.br

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