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Eleuses Paiva

Dengue é sazonal; combate ao mosquito, não

Enfrentamento é tarefa coletiva e exige atenção redobrada após o verão

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Eleuses Paiva

Secretário da Saúde do estado de São Paulo

A infestação do Aedes aegypti, mosquito responsável pela transmissão da dengue, pode ocorrer durante todas as estações do ano. Entretanto, essa é uma doença sazonal, ou seja, há meses do ano em que ocorre maior transmissão. Tal comportamento também varia bastante de um ano para o outro; afinal, todos se lembram de "anos ruins" para a doença. Nas semanas seguintes ao verão, em virtude do aumento das temperaturas e das chuvas, que contribuem para o aumento de criadouros por conta do acúmulo de água, o número de casos da doença também pode aumentar.

O monitoramento de casos e óbitos é permanente, assim como o cuidado com o manejo dos dados, garantindo a transparência das informações. Em 2022 os números tiveram um aumento expressivo, chegando a 332,1 mil casos confirmados e 287 óbitos, o que obriga estarmos atentos neste ano para executarmos as ações que protejam a população paulista. Dessa forma, a pedido do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), estamos realizando uma campanha publicitária que há anos não víamos em São Paulo.

Forte e impactante, ela tem o objetivo de mostrar para a população a importância do controle da proliferação do mosquito. Além disso, neste mês de março, realizamos a Semana Estadual de Mobilização Social, em parceria com os 645 municípios do estado e outros órgãos públicos.

O Sistema Único de Saúde (SUS) é tripartite. As responsabilidades relacionadas ao dever de oferecer assistência e proteção à saúde da população é da União, dos estados e dos municípios. O estado de São Paulo fornece amplo apoio técnico aos municípios no controle do Aedes, que é responsável não apenas pela transmissão da dengue, mas também da zika e chikungunya. Conforme diretriz do SUS, o trabalho de campo para o combate ao mosquito transmissor compete primordialmente aos municípios, porém o estado reconhece as dificuldades de algumas regiões e as apoia, quando necessário.

Recentemente, houve o desabastecimento do inseticida utilizado no trabalho de campo dos agentes dos municípios. O Ministério da Saúde adquire o produto, e cada estado realiza a logística de distribuição em seu território para as prefeituras. O estado, ao ser notificado sobre o problema, prontamente adquiriu 15 mil litros do produto, que já estão sendo distribuídos a todas as regiões, priorizando os locais com cenário epidemiológico mais emergente.

O enfrentamento ao mosquito é uma tarefa contínua e coletiva; por isso, contamos imensamente com a ajuda da população, que é fundamental. É preciso que haja atenção, cuidado e monitoramento para eliminar focos de água parada, que servem de criadouros dentro das residências.

Outra ação importante é a denúncia de terrenos baldios com entulho e de locais com descarte irregular de lixo às autoridades municipais para que se tomem as respectivas providências. Nesse contexto, atitudes simples, organização e limpeza podem salvar vidas.

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