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Geraldo Guazzelli

As preocupações da digitalização massiva

O que tira o sono de empresários e do governo nesse ambiente

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Geraldo Guazzelli

Diretor-geral da Netscout Brasil

A digitalização trouxe imensa oferta de serviços, democratizando o acesso à inúmeras possibilidades, desde as operações mais simples, como entrar no banco ou marcar consultas, até fazer reuniões remotas em sistemas de conferência em tempo real com voz, imagens, projeções etc.

Com esse avanço também aumentaram os riscos relacionados. O Brasil vem crescendo em maturidade digital, mas ainda faltam investimentos na busca da excelência, como mostram as deficiências evidentes na formação pessoal. Estamos longe da formação necessária de técnicos para atuar no segmento.

Isso acontece pela ausência de políticas públicas nos níveis de tecnologia ou superior, mas principalmente no ensino fundamental. Matérias associadas ao mundo digital deveriam estar no currículo escolar a partir do 5° ano do ensino fundamental. Educar e despertar talentos faz parte da maturidade que nos falta também nessa área.

Um momento importante no avanço da tecnologia no Brasil aconteceu no ano 2000, com a privatização do sistema Telebrás, elogiada pelos benefícios que trouxe, mas também criticada por outros aspectos.

A partir daí, o Brasil entrou no cenário global da tecnologia e de seus avanços. Atraímos grandes empresas globais, grupos locais, fundos de investimentos e provedores de tecnologia de ponta, todos focados nas oportunidades geradas pela desregulamentação do mercado de telecomunicações.

O resultado é evidente. Se um acesso por celular no final dos anos 90 custava caríssimo e tinha filas homéricas, hoje podemos escolher entre várias operadoras e temos banda larga disponível em boa parte do nosso território. Um país com dimensões continentais como o Brasil ainda tem seus desafios de acesso pleno, mas isso será resolvido via satélite.

O segundo momento, já em um ambiente de altíssima tecnologia e elevados padrões de desenvolvimento, foi a pandemia da Covid, que nos obrigou a dar outro salto, com todos indo trabalhar de suas casas. Os serviços públicos se tornaram ainda mais necessários diante dos desafios de salvar vidas.

A tecnologia deixou de ser coadjuvante e se tornou o principal componente para consultas remotas, para equipes atuando de suas casas e para a manutenção das empresas de fornecimento de serviços em operação, entre outras coisas do nosso dia a dia.

A pandemia representou um salto exponencial na quantidade e nos tipos de serviço, antes presenciais e demorados, que passaram a ser oferecidos de forma digital. Mas como manter tudo isso seguro?
Nossos dados pessoais, contas bancárias e informações confidenciais percorrem as redes, ficam armazenadas em milhares de ambientes digitais. Isso gera preocupações para empresários, governos, dirigentes de empresas, técnicos, especialistas e qualquer um envolvido na criação e na manutenção dos ambientes digitais necessários para prover o ecossistema da internet e os seus serviços. Esses fatores tiram o sono da comunidade, desde CEOs até técnicos dos centros de operação de segurança e de redes.


O avanço no segmento vem principalmente de soluções que trazem visibilidade aos ambientes digitais. Essa é a palavra-chave e a pedra fundamental para a criação de novas soluções e processos e na formação de pessoas que atuam no segmento.

Com visibilidade, é possível oferecer uma experiência satisfatória ao usuário, identificando falhas, anomalias, invasões, interferências e outras atividades indesejadas. A partir daí são aplicadas soluções para evitar interrupções nas redes, nos serviços e na experiência do usuário.

A informação tem muito valor e detê-la é muita responsabilidade, principalmente quando você é o seu fiel depositário. Empresas visionárias vêm atuando nessas soluções, usando a automação proporcionada por tecnologias como ML (machine learning) e IA (inteligência artificial). Ambas tornaram possível o desenvolvimento de soluções preventivas, fornecendo dados aos operadores e automatizando ações.

Além disso, é fundamental investir na educação sobre segurança em todas as esferas da formação da população. Falhar não é uma opção, pois o mercado pune e o custo é muito alto. A evolução tecnológica é como andar de bicicleta: se você parar de pedalar, ela tomba.

Não há limites para a criação humana, imagine então com o apoio de ML e IA. Nós os usamos para o bem, mas são também ferramentas muito empregadas pelos hackers.

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