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Ricardo Cappelli

Nova Indústria Brasil é passaporte para o futuro

Velho é agarrar-se a dogmas que condenam o país à desindustrialização

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Ricardo Cappelli

Presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI); ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça (governo Lula)

A retomada da política industrial pelo governo Lula, como centro da estratégia de desenvolvimento nacional, foi marcada por dois fatos importantes. Um deles é o lançamento do programa Nova Indústria Brasil (NIB), que injetará R$ 300 bilhões na indústria nacional para modernização, inovação, sustentabilidade e agregação de valor às exportações brasileiras.

Soma-se a isso o anúncio das montadoras, como GM, Volkswagen e BYD, sobre novos investimentos da ordem de R$ 41 bilhões, com previsão de chegar a R$ 100 bilhões nos próximos anos. É uma mensagem simbólica: ocorre três anos depois de a Ford encerrar a produção de veículos no país.

O presidente Lula divulga programa para a indústria - Gabriela Biló - 22.jan.2024 /Folhapress - Folhapress - Folhapress

Mais do que meras opções corporativas ou golpes de sorte, essas medidas traduzem a vontade política e o incentivo do presidente Lula à retomada da potência industrial nacional, negligenciado no último governo. Vontade e incentivo que são compartilhados pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), cuja presidência assumo em um momento chave para o desenvolvimento do Brasil.

Chego à ABDI com o compromisso de trabalhar pela implementação efetiva da política industrial, celebrada pelo setor produtivo por redefinir prioridades para o desenvolvimento do país por meio da neoindustrialização. A ABDI contribuirá, de imediato, com a definição das metas, prazos e responsabilidades, e com a construção de indicadores e meios de monitoramento dos resultados da nova política industrial. Isso tudo para que possamos prestar contas periodicamente, apresentando o impacto e os resultados dos recursos investidos.

Essas e outras atividades da ABDI destinadas à transformação digital e à consolidação da Indústria 4.0 no Brasil estarão em sintonia absoluta com as ações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), conduzido pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e com as duas principais agências de fomento brasileiras, a Finep e o BNDES, cujos corpos técnicos consagrados são referência no mundo.

A ABDI, igualmente qualificada, dedicará atenção especial também ao debate sobre o custo regulatório no Brasil, que trava investimentos em função de processos burocráticos lentos e complexos. Também somará esforços no suporte técnico às encomendas tecnológicas, importante mecanismo de produção de soluções inovadoras.

Não existe inovação sem investimento de risco. Precisamos consolidar mecanismos de validação técnica, acompanhamento e controle. O medo é inimigo da inventividade. Não podemos transformar traumas do passado em camisas de força para o futuro.

A nova política industrial não é diferente do que todos os países do mundo estão fazendo. Velho seria ficar agarrado a dogmas do passado, condenando nosso país à desindustrialização. Indústria é desenvolvimento, empregos e prosperidade.

Após queda de 0,7% em 2022, nossa indústria voltou a respirar no ano passado e cresceu 0,2%. Sabemos que ainda é pouco. Vamos trabalhar muito para multiplicar esses números. Não existe país desenvolvido sem uma indústria forte. A Nova Indústria Brasil é o marco de um novo tempo. Nosso passaporte para o futuro.

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