Leitores da Folha que vivem nos EUA temem violência após resultado da eleição; veja relatos

Mensagens vão de tensão e medo do conflito à calmaria e baixo comparecimento às urnas

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São Paulo

Independentemente do resultado da eleição nos EUA, haverá violência nas ruas. Esse é o temor de Silvia Alice Botelho, brasileira que vive na Califórnia há 13 anos. Em relato enviado à Folha, Botelho diz que ela e seus amigos próximos estocaram mantimentos para evitar sair de casa nos próximos dias por medo de que haja violência quer o republicano Donald Trump se reeleja ou não.

"Independentemente do resultado, a previsão é de violência. O clima aqui está tenso, com as pessoas muito nervosas por dois motivos: os que odeiam o Trump estão preocupados com a possibilidade dele vencer usando supressão de votos, ilegitimamente ou legitimamente por conta do colégio eleitoral. Para eles, isso significará o fim da democracia, já que o Trump tem viés ditatorial e vai solidificar-se no poder. Os fãs do Trump estão furiosos porque acham que se ele perder é porque as eleições foram fraudadas —algo que o Trump está incitando porque ele não quer aceitar derrota", escreveu.

Evelin Paganini, brasileira que mora há três anos em Lincoln, capital do estado do Nebraska, diz que o clima na região é tenso. Segundo Paganini, alguns mercados, como os da rede Walmart, teriam tirado as armas de exposição.

Outros brasileiros, no entanto, relatam clima tranquilo. É o caso de Sérgio Limoli, que vive na Flórida há 30 anos, que diz não ter notado amplo comparecimento às urnas em Sunny Isles Beach. "Estive no local de votação agora há pouco e notei que o comparecimento de eleitores estava muito menor que nas eleições anteriores. Isso deve favorecer o candidato republicano".

Paulo Eymael, que vive em Las Vegas, diz não ter notado manifestações na região.

Houve, no entanto, quem dissesse que as manifestações foram esparsas e tão rápido quanto surgiram, sumiram. Romeu Felix Menin Junior, que vive em Quincy, no estado de Massachusetts, aponta que "indiciosos protestos que começaram do nada e da mesma forma terminaram, [mas] não teve nenhum caso de violência, apenas discussões".

O leitor Leo Carrion, que vive na Filadélfia, cidade do estado da Pensilvânia, conta que o clima na região está tranquilo. No entanto, houve uma correria aos supermercados por causa do aviso das autoridades que aconselharam a população a fazer estoque de mantimentos. Carrion tem a impressão de que a disputa será acirrada no estado. Segundo o leitor, no subúrbio, há muitas casas com placas de Trump, mas no centro Biden está dominando.

"O clima é de tranquilidade no subúrbio e na cidade da Filadélfia. Antes teve correria aos supermercados por causa dos avisos das autoridades dizendo: 'tenham x dias de mantimentos em casa'. Pasmem, compraram todo estoque de papel higiênico novamente! [...] Parece que a Pensilvânia vai ser uma vitória apertada para um dos lados".

A brasileira Solange Oliveira, que mora no Queens, em Nova York, diz que esta eleição especialmente está tensa. Segundo Oliveira, entre os americanos, a disputa está acirrada. "As pessoas deixaram de ser apáticas em relação à votação, por isso as filas enormes". Entre os brasileiros, a leitora percebe uma grande influência do presidente Jair Bolsonaro. "Bolsonaristas que até 2018 eram anti-Trump aos poucos foram se alinhando a ele [Trump] via Bolsonaro".

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