Nesta semana, a Folha perguntou aos seus leitores o que pensam sobre os limites para expressar opinião. A discussão do tema aumentou após a polêmica com o jogador de vôlei Maurício Souza foi demitido do Minas Tênis depois de postar comentários homofóbicos em redes sociais. Quando deixa de ser só uma opinião e vira ofensa ou crime?
Opinião é um julgamento superficial e subjetivo, que só interessa a quem pede. As redes sociais abriram uma caixa de Pandora, na qual as pessoas acham que têm que opinar sobre tudo, pois sua parca visão de mundo, expressa de forma desconexa e pretensamente "lacradora", é a única forma de obterem visibilidade. Como vocês pediram a minha opinião, aqui está.
Chiara Gonçalves, professora (São João da Boa Vista, SP)
O limite da opinião é aquela definida pelo STF: a esquerda pode tudo e a direita não pode nada.
Luciano Napoleão de Souza (Barroso, MG)
A partir do momento em que isso seja previsto em lei e que o outro se sinta ofendido. Nosso direito termina quando começa o do outro.
Maria Roselane de Abreu, advogada (Rio de Janeiro, RJ)
A fala de Maurício Souza esbarrou no direito das pessoas LGBTQIA+, na sua dignidade e na sua segurança, principalmente num país onde há recordes de crimes cometidos contra pessoas homossexuais e transgênero. Como pessoa pública, ele deveria atentar para o impacto das suas declarações.
Michele do Amaral (Curitiba, PR)
A partir do momento em que a fala possa me causar algum prejuízo e causar efeito nas minhas relações sociais ou profissionais e que resulte em um dano pecuniário, patrimonial, moral ou social. Liberdade de expressão não pode ser usada como desculpa para discurso de ódio, fake news, segregação...
Gabriel Freitas Teixeira de Lima (Rio de Janeiro, RJ)
O limite da liberdade de expressão é o limite da lei. Liberdade de expressão não é um direito absoluto, tampouco dá direito a ofender, achincalhar ou discriminar. Não pode ser usada para tolher a dignidade alheia. Isso é crime. Não se pode aceitar a supressão de direitos em nome da liberdade de expressão.
Gabriel Costa Pereira (Anápolis, GO)
Passa a ser preconceito a partir do momento em que fere a existência e a história de alguém ou de um grupo. No passado, quando, por força, se fez a "opinião" de uns prevalecer, inúmeras vidas foram perdidas, seja no Holocausto, seja no Apartheid, seja nos regimes militares.
Ana Beatriz Seyr Marrafon (Maringá, PR)
Não é mais só opinião quando expressa uma inverdade, uma ofensa ou um preconceito. Por exemplo: não concordar com a obrigatoriedade da vacina é liberdade de opinião. Mas divulgar que a vacina causa Aids é crime.
Roberto da Silva (São Paulo, SP)
Pessoas como Maurício Souza não entendem a complexidade do que é serem figuras públicas formadoras de opinião. Marcas e empresas, atentas à opinião pública, não querem suas imagens associadas à opiniões preconceituosas.
Maria Elisa Máximo (Joinville, SC)
Vira ofensa ou crime quando a opinião discrimina pessoas por sua raça, credo ou gênero, principalmente quando emitida por uma pessoa que tem influência. Há coisas que não se deve falar publicamente.
Jussara Rotzsch (Rio de Janeiro, RJ)
Quando a opinião tem a clara intensão de agredir ou desqualificar alguém, utilizando-se de expressão preconceituosa e ofendendo diretamente uma pessoa.
Rafael Vagner de Boni (São Paulo, SP)
Limite de opinião atualmente no Brasil é música de uma nota só: contra o presidente Bolsonaro. O resto é o que já sabemos.
Assis Cardoso de Medeiros (Natal, RN)
Se a lei fala que é crime, então é crime, uai.
Pedro Lopes Ferreira (Belo Horizonte, MG)
É pelos efeitos produzidos que podemos avaliar se uma opinião pode ser ofensa ou crime.
Maria Alice Moreira Lima (Tiradentes, MG)
Pessoas morrem diariamente devido à cor da sua pele ou à sua sexualidade; opiniões que reforcem essa estrutura não devem ser aceitas. No paradoxo de Karl Popper, a tolerância ilimitada leva ao desaparecimento da tolerância.
Daniel Lucas Folguedo Araújo (Fortaleza, CE)
Opinião torna-se ofensa a partir do momento que insulta um indivíduo pela sua orientação sexual, etnia, raça religião etc.
Camilla Yumi Endo (Maringá, PR)
Outros assuntos
Marília Mendonça
Muito triste. Pelo talento, pela alegria que dava aos fãs, pelo filho, pela vida inteira pela frente. Vai fazer falta. Descanse em paz, Marília.
Isabel Cristina Barboza (São Paulo, SP)
É sempre triste quando morre um artista seja de que gênero for. Só não entendo tanto destaque para essa cantora que, convenhamos, tinha importância nula para a música brasileira. A morte de Sebastião Tapajós, um dos maiores violonistas do mundo, mereceu uma notinha de fim da página.
Sérgio Sayeg (São Paulo, SP)
Emenda
Sugiro que tenhamos eleições para o STF em 2022 ("Rosa Weber suspende uso de emenda parlamentar estratégica para Bolsonaro", Poder, 6/11). Assim sacramentaríamos 11 presidentes e reduziríamos a hipocrisia na condução da nação.
Alexandre Zacarias I. Pereira (Rio de Janeiro, RJ)
Esperamos que Rosa Weber ponha fim a negociatas e acertos espúrios com o dinheiro dos brasileiros. Moralização, ainda que tardia.
Eleonora Gutierrez (Campo Largo, PR)
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