Leitores falam de suas melhores lembranças de um ente querido que já se foi

Editorial da Folha gera polêmica ao reafirmar jornalismo crítico e apartidário

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Meu avô Victor Medeiros adorava escrever para o Painel do Leitor. Ele me ensinou a gostar de ler a Folha e outros jornais. Sinto falta de acordar e ficar procurando o nome dele nessa seção. Sei que nunca mais vou encontrar, era uma festa! Fica a saudade!
Eduardo Medeiros, 33, advogado (São Paulo, SP)

Eu era uma criança difícil de me alimentar e meu pai sabia que eu amava tomatão. Quando ele chegava para almoçar, costumava trazer em uma sacola de papel um só para mim. Eu ficava aliviada e minha boca salivava. Ainda hoje continuo amando tomates pelo sabor, e mais ainda pela lembrança de afeto e amor que eu recebia do meu querido e amado pai. Suely Matos, 54, servidora pública (Vitória, ES)

Tomate que era trazido pelo pai especialmente para ela é a lembrança mais marcante da infância da leitora Sueli Matos - Fábio Braga - 1.jan.15/Folhapress

Quando eu tinha cinco anos, minha avó comprou um periquito amarelo para mim. Ela deixava o passarinho na casa dela para que eu brincasse com ele quando a visitava aos finais de semana. Durante muitos anos o periquito continuou lá, amarelo e saudável. Quando minha avó morreu, a irmã dela me abraçou e disse: "Lembra que toda vez que o seu periquito morria, sua avó rodava a cidade procurando um igual para por no lugar na gaiola, e você não perceber que era outro?" Minha avó morreu quando eu tinha 23 anos, e eu nunca tinha ficado sabendo disso.
Angélica Kolody Mammana, 45, médica (São Paulo, SP)

Hamilton M. Neves, meu marido. A maior lembrança era seu sorriso largo, ríamos muito. Nos finais de semana andávamos de bicicleta na ciclovia marginal Pinheiros. A imagem dele chegando ao portão é a que fica comigo até hoje.
Sueli Alves Rodrigues Neves, 60, aposentada (São Paulo, SP)

Meu tio me dava aula e tinha uma didática inesquecível! Não esqueço sua maneira deliciosa de ensinar. Acho que ele teria orgulho do que me tornei, professora, assim como ele!
Renata Milanez, 52, professora (Miami, EUA)

Eu e meu marido gostávamos muito de passear a pé, na madrugada, pelas ruas da cidade de Araraquara, onde estudávamos. Nas passadas, nós criamos um ritmo, fazendo de nossa caminhada uma espécie de dança, que a gente acompanhava seguindo o som dos nossos próprios passos, cantando nossas músicas preferidas, rindo e conversando sobre a vida. Ainda sinto suas mãos nas minhas e seus braços ao meu redor. Se ficar quietinha, ainda ouço nossos passos ecoando na noite escura.
Elizabete David Novaes, 56, professora universitária (Ribeirão Preto, SP)

Eu tinha cerca de sete anos quando, influenciado pelos primos e pela imaturidade, aprendi a roubar maçã na feira. Todo empolgado, levei a fruta até meu pai como um troféu da minha esperteza. Lembro de seu rosto, pasmo, quando me ordenou que voltasse até a banca e assumisse ao feirante o roubo que eu havia feito. Meu pai se foi, mas, dentre outras lições, ficou a da honestidade.
Eriston Carlos da Paixão, 40, engenheiro (Porto Alegre, RS)

Nos dias de chuva, bem cedo, papai tinha mania de ir ao nosso quarto, nos pegava no colo, colocava na cama dele, nos enrolávamos e dizia para mamãe que estava muito frio para ficarmos no quarto sozinhas. Hoje, olhando a chuva cair em Fortaleza, fiquei recordando dessa cena. Bença, papai. A chuva cai, faz frio, mas o seu amor me aquece, como antes, como sempre.
Carina Silva Barros, 30, assistente social (Fortaleza, CE)


Outros assuntos

Eleição crucial
A Folha está de parabéns. Acredito, como cidadão, que o jornalismo tem como dever apresentar os fatos e criticar, pois essa combinação proporciona o crescimento crítico da população.
Espero continuar a ver fatos e críticas, diante de tantas informações circulando com tanta velocidade pelos mais diversos meios. ("Eleição crucial", Opinião 29/10)
Gilnário Barros Saraiva (Caucaia, CE)

Debate entre os candidatos à Presidência da Republica, Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva, na TV Globo - Reprodução TV Globo

A Folha nunca foi apartidária. É neoliberal até a medula. Não gosta do Bolsonaro, mas apalpa o Guedes. Não gosta do Lula, mas está toda dengosa com o Meirelles beirando a cerca.
Enio Schneider (Arapoti, PR)

Como a Folha é atacada pelos dois extremos, deve estar sendo plural e na média apartidária. Parabéns, Folha. Precisamos de uma imprensa livre e atuante.
Marco Aurélio Pinheiro Lima (Campinas, SP)

Esta é uma eleição crucial entre a barbárie e a democracia. Não cabe a neutralidade. Aprendam com Simone Tebet, Fernando Henrique Cardoso, entre outros.
João Pedro Sousa (São Paulo, SP)


Debate
Lula foi bem, não caiu no "xaveco" do Bolsonaro de colocar mão no ombrinho. Realmente, é difícil debater com o rei da mentira e de uma nota só. A imbecilidade que a extrema direita trouxe à cena política é impressionante —vide as respostas do Onyx sobre regime fiscal no debate do RS. ("Lula leva a melhor sobre Bolsonaro em debate de monólogos", Política, 29/10)
José Bernardo (Belo Horizonte, MG)


Manifesto
A democracia é fundamental para enfrentar a violência, a mentira e o ódio que, insuflados sistematicamente na sociedade brasileira, visam somente afrouxar os laços sociais a fim de implantar o regime da "lei do mais forte". Não toleraremos ameaças à integridade física e psicológica dos seres humanos nem ameaças ao meio ambiente e ao sistema eletrônico de votação. Declaramos apoio incondicional às ciências, às artes, à livre expressão, à diversidade, em consonância com os fundamentos da prática psicanalítica. Repudiamos todo e qualquer ato ou palavra que promova abalo à democracia!
Luciana Saddi, manifesto da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo com mais de 800 assinaturas (São Paulo, SP)

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