Defesa de Gushiken pede que procurador prove inocência de ex-ministro
Com fortes críticas a elaboração da denúncia do mensalão, a defesa do ex-ministro Luiz Gushiken (Secretaria de Comunicação) cobrou nesta quarta-feira que o Ministério Público Federal não só peça a absolvição do ex-integrante do governo Lula, mas também prove sua inocência.
Na sexta-feira, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, defendeu a condenação de 36 dos 38 réus do mensalão. Por falta de provas, Gurgel pediu a absolvição de Gushiken e Antonio Lamas, ex-assessor do PL.
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O ex-ministro de Lula é acusado de peculato na denúncia. Ele teria autorizado o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato a adiantar os pagamentos do fundo Visanet para a DNA, agência de publicidade de Marcos Valério, considerado operador do esquema.
"A acusação pediu a absolvição por parte de provas, mas a defesa pede mais. Pede que seja reconhecida a sua inocência", disse o advogado Luís Justiniano Arantes.
Segundo ele, a Procuradoria Geral da República errou ao denunciar o ex-ministro apenas com base no depoimento de Pizzolato à CPI do Congresso que investigou o caso. "Um depoimento colhido sob flashes, onde os inquisidores têm mais interese em falar do que ouvir".
Ele ainda provocou Gurgel. "O Ministério Público não deu a mão à palmatória ao pedir a absolvição de Luiz Gushiken. [...] O Ministério Público nada apurou ao trazer essa denúncia. Limitou-se a usar o depoimento."
"O Ministério Público sabia do fracasso da improcedência da acusação. Durante cinco anos, cessaram todas os esforços para conseguir provas", completou.
A defesa de Gushiken foi divida entre Arantes e o advogado João Roberto Leal Carvalho. Na avaliação de Carvalho, Gurgel foi "mesquinho" ao pedir a absolvição apenas de dois réus.
"Não existe outro adjetivo para isso. Precisamos de coerência no processo", afirmou.
Para Carvalho, o Supremo precisa fazer justiça ao ex-ministro. "Não será um favor que se presta. O que ele busca é o justo estabelecimento da sua honra", disse.
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