Em palestra, indicado ao Supremo conta anedotas e cita trechos de músicas
Anedotas e até trechos de músicas fizeram parte da primeira palestra do advogado Luís Roberto Barroso, 55, realizada após sua indicação a uma cadeira no STF (Supremo Tribunal Federal).
Barroso fez os ouvintes rirem inúmeras vezes nesta sexta-feira (24) durante congresso de direito em Salvador do qual foi um dos palestrantes.
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Ao cumprimentar o público, disse que "as últimas 24 horas foram muito tumultuadas", devido à nomeação para a Corte e afirmou ter mantido a participação no evento porque havia assumido um compromisso.
"Também pode ter alguém que tivesse vindo para me ouvir, o que acho muito improvável", disse, em tom de brincadeira.
Leogump Carvalho/Folhapress | ||
Luís Roberto Barroso durante palestra em congresso sobre direito em Salvador, Bahia |
Em seguida, disse que sua participação em eventos decorre de sua vocação para professor e declamou um trecho da canção "Dona do Dom", de autoria de Chico César e interpretada por Maria Bethânia: "Mesmo que às vezes eu não queira, me faz sempre ser o que sou e fui".
Ao falar sobre sua escolha profissional e a paixão por sua área de atuação disse que seu pai dizia que "fumar, torcer pelo Flamengo e estudar direito constitucional não iam levar ninguém a nada".
Ao analisar os primeiros anos que se seguiram à promulgação da Constituição de 1988, quando o país ainda se ambientava à Carta, recorreu ao cantor e compositor carioca Nelson Sargento. "Era mais ou menos assim: 'nosso amor é tão bonito, ela finge que me ama, eu finjo que acredito'", afirmou.
Durante a palestra, Barroso analisou ainda ações judiciais em que dois lados da contenda recorrem à Constituição para garantir direitos.
Como exemplo, citou a ação do cantor Roberto Carlos contra o jornalista Paulo César Araújo, autor de uma biografia sobre o artista que acabou barrada nos tribunais.
"Roberto Carlos alegou que houve invasão de privacidade. O jornalista evocou o princípio da liberdade de expressão. À luz da Constituição, os dois lados têm razão. Nesses casos, o melhor caminho é a ponderação", disse.
Para indicar o que, para ele, é a saída ideal em situações de conflito, Barroso contou uma anedota envolvendo "um amigo que comprou um Opala e resolveu testar a potência do carro".
Ao chegar em uma cidade, em alta velocidade, o tal amigo se deparou com um cortejo fúnebre pela frente. "Ao ver que não conseguiria frear a tempo, pensou: 'vou mirar no caixão'."
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