Cardozo não vê relação entre queda de popularidade de Dilma e protestos
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta quarta-feira (19) que não há relação entre a queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff e os protestos que começaram em São Paulo e espalharam-se pelo Brasil.
As pesquisas que apontam a queda da popularidade de Dilma, contudo, foram todas feitas antes do recrudescimento dos incidentes nas manifestações em São Paulo, na quinta-feira da semana passada, não podendo assim refletir ou não os eventos.
"Não vejo relação nenhuma de causa e efeito entre um governo bem avaliado e as manifestações. [Devemos] ouvir e refletir sobre aquilo que acontece e tem ocorrido pelo país", afirmou. "A situação da pesquisa é episódica, decorrente de situações pontuais e conjunturais. O índice de aprovação do governo continua muito alto".
Governo Dilma cai 8 pontos e fica com 55% de aprovação, diz pesquisa
Pesquisa Datafolha, realizada nos dias 5 e 6 deste mês, apontou uma queda de oito pontos percentuais na aprovação do governo Dilma, na comparação com pesquisa de março.
Uma nova pesquisa de opinião pública divulgada nesta quarta reforça a tendência de queda, com uma queda de oito pontos percentuais num intervalo de três meses. Esse levantamento foi feito pelo Ibope, por encomenda da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
A queda nas pesquisas, a pouco mais de um ano das eleições, tem preocupado o Palácio do Planalto e acontece no mesmo momento em que protestos ganham força pelo país.
VIOLÊNCIA
Cardozo comentou a escalada de violência que aconteceu em alguns protestos -- seja por pequenos grupos de manifestantes ou por parte da polícia.
"Sempre fui e sempre serei contra abuso de direito parta de onde partir. Não tenho papel corregedor, mas sempre que existir situações [assim] vou me manifestar", afirmou o ministro.
Cardozo defendeu a investigação de possíveis abusos de policiais. "Acho que os Estados obviamente devem acompanhar essa situação. Defendo o princípio da proporcionalidade: nunca usar meios mais que os necessários, que é premissa do estado de direito", disse.
Ele ressaltou que a liberdade de manifestação é garantida, mas condenou também excessos de manifestantes. "É legitimo que se manifestem. A democracia permite ouvir o clamor das pessoas, mas com respeito aos direitos [do outro]. Não podemos ter admitir a depredação".
O ministro da Justiça brincou que não falaria de um "estado 'A' ou 'B' porque que iriam dizer que sou candidato".
FORÇA NACIONAL
Cardozo afirmou que o uso da Força Nacional nas cidades-sede da Copa das Confederações já era previsto e fazia parte de todo o planejamento de segurança do evento.
"O encaminhamento da força nacional está estritamente dentro do plano de segurança esboçado anteriormente e não foge da normalidade do plano de segurança que havia sido adotado".
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