Tropas do Exército vão atuar em região de conflito no sul da Bahia
Tropas do Exército vão atuar com poder de polícia no sul da Bahia a partir desta sexta-feira (14). A decisão foi tomada após o acirramento do conflito entre indígenas e produtores rurais pela posse de terras na região entre os municípios de Ilhéus, Una e Buerarema.
A ação foi referendada pela assinatura do decreto da presidente Dilma Rousseff (PT) que autoriza o uso do instrumento constitucional GLO (Garantia de Lei e Ordem), que prevê poder de polícia para o Exército em situações excepcionais.
O decreto, que tem duração de 30 dias, deve ser publicado ainda nesta sexta, conforme apurou a Folha. Um contingente de 524 militares da 6ª Região Militar de Salvador, Feira de Santana, Barreiras e Aracaju (SE) atuará na região com o apoio de 90 veículos, um avião e um helicóptero. Os soldados farão patrulhamento de toda a região e terão poder para prender suspeitos em caso de flagrante.
Gidelzo Silva/Prefeitura de Ilhéus | ||
Veículos do Exército chegam ao estádio municipal Mário Pessoa, em Ilhéus (BA) |
As tropas, comandadas pelo General Rancine Bezerra Lima Filho, começaram a chegar na Ilhéus na última quarta-feira (12), quando os soldados iniciaram operações de treinamento, reconhecimento da região e interação com a comunidade local. Os soldados estão instalados em tendas no estádio municipal Mário Pessoa, cedido pela prefeitura.
A Força Nacional de Segurança Pública – cujo número de homens não é divulgado pelo Ministério da Justiça– seguirá na área de conflito e vai atuar conjuntamente com o exército.
ACIRRAMENTO
A atuação do Exército com poder de polícia na área de conflito foi pedida oficialmente pelo governador Jaques Wagner (PT) ao governo federal na última terça-feira.
A solicitação foi motivada pelo acirramento dos conflitos após o a assassinato do produtor rural e líder do assentamento Ipiranga, Juraci José Santana. O crime aconteceu no município de Una na madrugada de terça. A casa e o carro da vítima foram incendiados.
Produtores rurais da região acusam índios tupinambás, que têm um histórico de conflito com os agricultores, de terem cometido o crime. O assassinato está sendo investigado pela Polícia Federal e Polícia Civil da Bahia. Até às 13h desta sexta-feira, ninguém havia sido preso.
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