Embaixador pediu ajuda do governo à Andrade Gutierrez na Argélia
Em 2007, o então embaixador brasileiro em Argel (Argélia), Sérgio Danese, pediu interferência do presidente Lula e do ministro de Minas e Energia em favor da Andrade Gutierrez em duas licitações.
O diplomata, hoje secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores (o segundo na hierarquia do órgão), recomendou "manifestação em alto nível" diante da presença crescente de empresas da Itália e Espanha, segundo relato feito em telegrama enviado ao Itamaraty.
"Seria incluída idealmente reiteração do interesse brasileiro em que as ofertas competitivas de nossas empresas (...) possam ser contempladas levando em conta também o interesse de estreitar a relação bilateral", diz o documento.
Em 2006, o embaixador narrou a chegada na Argélia da Andrade, uma das investigadas na Operação Lava Jato.
Após receber uma delegação da empreiteira, Danese destacou que a intenção era participar de obras de pequeno porte, para então se envolver em "grandes projetos".
"Nessas obras, os critérios de adjudicação parecem ser muito mais políticos e, portanto, sujeitos à interferência das altas autoridades do país", disse. "Em uma concorrência para um projeto de mais de € 1 bilhão, a Andrade Gutierrez considera que a ajuda do governo brasileiro, por intermédio da embaixada e eventualmente em níveis mais altos, poderia ser útil."
Procurada, a Andrade Gutierrez disse desconhecer os telegramas.
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