Após proibição, movimentos anti-Temer mantêm protesto no domingo
Artur Rodrigues/Folhapress | ||
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Manifestação contra o impeachment na rua da ConsolaçãoCrédito: Artur Rodrigues/Folhapress |
As frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, formadas por movimentos como o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e CMP (Central de Movimentos Populares) afirmaram, em nota, que irão manter a manifestação marcada para este domingo (4), na avenida Paulista, em São Paulo, mesmo com a proibição imposta pela Secretaria de Estado da Segurança Pública.
O governo de São Paulo havia proibido protestos no domingo por causa da passagem da tocha paraolímpica pela avenida, por volta das 13h30. O ato contra o governo de Michel Temer, inicialmente marcado para as 14h, foi adiado para as 15h. Na tarde desta sexta-feira, a SSP divulgou nota afirmando "a postura intransigente dos organizadores do movimento".
Segundo eles, o evento da passagem da tocha "não é tão simples como pensam os movimentos"
"Em primeiro lugar, não entendemos que caiba à Secretaria de Segurança ou à Polícia "permitir" ou não uma manifestação popular. A Constituição nos assegura este direito. De toda forma, não é de nosso interesse prejudicar a passagem da tocha paraolímpica", afirmam os movimentos, em nota.
Os protestos contra o governo Temer têm terminado em confrontos com a Polícia Militar desde esta segunda-feira (29). Apenas este primeiro protesto foi chamado pelas Brasil Popular e Povo Sem Medo.
Na manifestação de quarta-feira, ao menos sete pessoas ficaram feridas, incluindo uma estudante da UFABC, que teve o olho esquerdo perfurado.
Leia a íntegra das notas:
NOTA SOBRE A MANIFESTAÇÃO DE DOMINGO
A Secretaria de Segurança Publica de São Paulo emitiu nota afirmando que "não permitirá" a mobilização agendada para o próximo domingo pelas Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, alegando que o ato coincidirá com a passagem da tocha paraolímpica na Avenida Paulista.
Em primeiro lugar, não entendemos que caiba à Secretaria de Segurança ou à Polícia "permitir" ou não uma manifestação popular. A Constituição nos assegura este direito. De toda forma, não é de nosso interesse prejudicar a passagem da tocha paraolímpica. Por essa razão, buscamos a informação exata do horário de passagem da tocha na Avenida Paulista, que será das 13:00 as 14:10.
Neste sentido, visando garantir tanto a passagem da tocha quanto a manifestação programada, passaremos o horário da concentração para as 15:00 horas. Esta é uma decisão razoável que busca conciliar os dois eventos e evitar conflitos. Informaremos ainda hoje a alteração para a SSP.
Portanto, a manifestação de domingo ESTÁ MANTIDA na Avenida Paulista, agora as 15:00 horas. Não pretendemos qualquer conflito e esperamos que a PM tenha o equilíbrio necessário para lidar com o evento, garantindo a liberdade de manifestação. Reiteramos que não iremos impedir nem prejudicar a passagem da tocha paraolimpica.
Ainda buscando uma solução que não seja o enfrentamento com a PM estamos alterando a concentração para a frente do MASP.
Esperamos que a SSP se manifeste neste sentido. A manifestação está confirmada e já conta com mais de 30 mil pessoas confirmadas pelas redes sociais.
Todos e todas as 15hrs na Av.Paulista, concentração em frente ao Masp.
Fora Temer!
O povo deve decidir!
FRENTE POVO SEM MEDO
FRENTE BRASIL POPULAR
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Avenida Paulista está destinada a evento paralímpico no domingo
Com relação à declaração dos organizadores das frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular de que irão manter a Avenida Paulista como local de concentração da manifestação convocada para este domingo, a Secretaria de Segurança Pública do Estado São Paulo esclarece que o local está destinado à realização do evento da passagem da tocha paralímpica, que faz parte das cerimônias oficiais da Rio 2016.
O evento, planejado com grande antecedência, não é tão simples quanto acredita o movimento. Toda a extensão da Avenida Paulista será ocupada pelos participantes do evento, antes, durante e depois da passagem da tocha.
A SSP lamenta a postura intransigente dos organizadores do movimento. Reitera que outro local da cidade de São Paulo apontado pelos organizadores será avaliado pela pasta, levando-se em conta a garantia de mobilidade da cidade, e contará com o apoio da polícia paulista na realização da manifestação.
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