Entidade judaica condena fala de Bolsonaro em clube
Thais Bilenky/folhapress | ||
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Bolsonaro disse que quilombola "não serve nem para procriar" e que "fraquejou" ao ter uma filha mulher |
Membros da comunidade judaica condenaram o clube A Hebraica do Rio por dar espaço para o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) dar uma palestra na segunda-feira (3).
O presidente da Confederação Israelita do Brasil, Fernando Lottenberg, considerou a iniciativa um "erro".
"Como era previsto, provocou divisão e confusão. Defendemos o debate pautado pela pluralidade", disse.
O evento com o deputado, que se diz pré-candidato à Presidência, lotou o auditório da Hebraica, com capacidade para 500 pessoas.
Entre outras passagens, Bolsonaro disse que tem "cinco filhos, quatro são homens, no quinto eu dei uma fraquejada, veio uma mulher".
Criticou a presença de refugiados no país, disse que quilombola "não serve nem para procriar" e procurou criar identificação com a plateia.
"Nós somos a maioria, acreditamos em Deus. A cultura judaico-cristã está em nosso meio." Foi aplaudido diversas vezes e chamado de "mito".
Cerca de 150 pessoas protestaram com gritos como "judeu sem memória", em alusão a Hitler. Bolsonaro chamou os manifestantes de "cérebro de ovo cozido".
O presidente da Federação Israelita do Rio, Herry Rosenberg, afirmou que "é perigoso quando resolvemos nos unir a outros fora de nossa comunidade para nos manifestarmos contra um problema de política comunitária. Pode levar a uma exposição negativa". A fala foi recebida por alguns como crítica ao protesto.
Uma advogada disse numa rede social que a manifestação foi mais pacífica do que a mensagem que saiu do salão.
O presidente da Hebraica-RJ, Luiz Mairovitch, disse estar "aberto a ouvir ideologias A ou B, importante é conhecer os perigos ou benefícios que um político pode trazer. Não adianta fingir que ele ou tal ideologia não existe".
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