'Em respeito ao Brasil', churrascaria deixa de comprar da JBS
Estelita Hass Carazzai/Folhapress | ||
Faixa na churrascaria Devons, em Curitiba |
A churrascaria curitibana Devons, uma das mais tradicionais da cidade, deixou de comprar carnes da JBS, após as revelações da delação de executivos da companhia.
Em uma faixa estendida no local nesta quarta (24), o estabelecimento informa que tomou a decisão "em respeito ao Brasil, à sociedade e aos trabalhadores".
"Eles saquearam o país e estão rindo da nossa cara", diz o proprietário Augusto Santos, 63, que abriu a churrascaria há 30 anos.
Para ele, a delação dos empresários Joesley e Wesley Batista foi "um engodo" e eles deveriam estar presos pelos crimes que confessaram. "Me revoltou o cinismo com que o cara [Joesley] falou."
Ele defende o boicote à empresa e a outras que pratiquem atos de corrupção. "Até a Odebrecht. Tinha que boicotar, mesmo. Deixar de ir a estádio, tudo."
Para Santos, manifestações não vão mais mudar a situação.
A JBS representa cerca de 35% do fornecimento da churrascaria, que serve quase 4.000 pessoas todo mês.
O restaurante parou de comprar carnes do frigorífico na segunda-feira (22).
Os clientes, segundo ele, aprovaram –boa parte deles são políticos que frequentam o Centro Cívico, bairro em que a churrascaria está localizada e que reúne as sedes dos três poderes no Paraná.
"Eu não posso deixar de receber [políticos] porque são clientes; é um estabelecimento comercial, seria discriminação. Mas parar de comprar eu posso", comenta o empresário. "Eu tomei uma atitude. E me senti bem fazendo isso."
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