Avaliação negativa do Congresso é maior entre os que reprovam Temer
Sergio Lima/Folhapress | ||
Sessão do Congresso, que recebeu sua pior avaliação, segundo o Datafolha |
A rejeição recorde ao trabalho dos atuais congressistas alcança índices ainda maiores no universo da população que avalia mal a gestão de Michel Temer.
Pesquisa do Datafolha mostrou que 60% da população considera ruim ou péssimo o desempenho dos 513 deputados federais e 81 senadores, maior número na história recente.
Separando apenas o universo de entrevistados que rejeitam a gestão de Temer, a reprovação aos congressistas sobe para 69%.
Temer vem tentando manter uma estreita relação com o Congresso, principalmente com a Câmara, Casa que presidiu por três vezes e que barrou recentemente as duas denúncias apresentadas contra ele pela Procuradoria-Geral da República.
O Datafolha ouviu 2.765 pessoas nos dias 29 e 30 de novembro, com margem de erro de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
O número de entrevistados que avalia mal o governo Temer foi grande o suficiente para que a margem de erro desse grupo se mantivesse em dois pontos percentuais. Entre os que declararam voto em Dilma Rousseff (PT) ou em Aécio Neves (PSDB) em 2014 o percentual de reprovação ao trabalho do Congresso foi o mesmo (61%).
Ao se estratificar a pesquisa, a margem de erro de alguns segmentos de entrevistados sobe a depender do número de pessoas que se enquadram neles.
A pesquisa mostra que os parlamentares são mais mal avaliados pelos homens (64%) do que pelas mulheres (57%) e pelos moradores de capitais e regiões metropolitanas (64%), com margem de erro de três pontos percentuais nesses casos.
REJEIÇÃO
A rejeição dispara entre os que têm ensino superior –75% consideram ruim ou péssimo o trabalho dos deputados e senadores (margem de erro de quatro pontos percentuais).
De acordo com o Datafolha, o Congresso é aprovado por apenas 5% dos brasileiros, também o menor número já registrado na série de pesquisas do instituto, iniciada em 1993.
A evolução mostra ainda que a atual legislatura é, na média, a mais mal avaliada de que se tem registro.
Sua atual configuração tem perfil mais conservador do que anteriores, com atuação relevante das bancadas religiosa, ruralista e da "bala".
Na estratificação por religião declarada, a rejeição entre os católicos é de 59%, entre os evangélicos, de 56% (margem de erro de três pontos), e de 74% entre os que não têm religião ou se declaram agnósticos (margem de erro de sete pontos).
*
CONSIDERAM RUIM OU PÉSSIMO O DESEMPENHO DOS ATUAIS CONGRESSISTAS
ENTRE OS QUE AVALIAM MAL O GOVERNO TEMER: 69%
(margem de erro: 2 pontos percentuais, para cima ou para baixo)
HOMENS: 64%
MULHERES: 57%
CAPITAIS E REGIÕES METROPOLITANAS: 64%
CATÓLICOS: 59%
EVANGÉLICOS: 56%
(*margem de erro: 3 pontos percentuais, para cima ou para baixo)
COM ENSINO SUPERIOR: 75%
(margem de erro: 4 pontos percentuais, para cima ou para baixo)
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade